Quadro associativo do Santa Cruz sofre queda de 74% em dois meses
Tricolor contava com mais de 4 mil sócios titulares e viu esse número cair expressivamente para 1 mil associados ativos, considerando o fechamento dos faturamentos de fevereiro a abril
O Santa Cruz tem vivido dias difíceis. Após registrar, no final de março, uma queda de aproximadamente 40% no quadro de sócios titulares adimplentes, com perda de mais de R$ 100 mil em receita de arrecadação, o clube voltou a ter dor de cabeça pelo mesmo motivo, desta vez com o fechamento do faturamento de abril, que registrou uma redução de mais 34% no número de associados. Em dois meses, portanto, uma baixa total de 74%, decréscimo que indistintamente reflete no prejuízo de R$ 210 mil aos cofres do Arruda, depois da paralisação dos jogos, em decorrência da Covid-19.
Segundo o diretor de marketing do Santa Cruz, Guilherme Leite, o clube chegou a contar com mais de 4 mil titulares ativos este ano. Número que não se manteve de março a abril. Após o fechamento dos faturamentos dos dois meses, o Tricolor agora conta com um pouco mais de 1 mil sócios adimplentes, um redução de cerca de 3 mil torcedores no quadro associativo. Em contato com a Folha de Pernambuco, o dirigente explicou as quedas.
“Em março nós já observamos uma queda, e, quando fechou abril, observamos outra (redução). Quando se junta as duas coisas dá uma queda de 74%. Isso se dá também porque boa parte da arrecadação do Santa é feita de forma presencial, em dia de jogo, e como só estamos com o canal online (de atendimento aos sócios) teve essa queda brusca”, explicou.
Ainda que esteja inserida em parte do prejuízo calculado, Guilherme ressaltou que dentro dos faturamentos foi observado uma queda menor no número de torcedores que pagavam a mensalidade exclusivamente online, de cerca de 35%, quando comparado com os associados que realizavam o pagamento presencialmente.
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Queda dupla
Antes da primeira queda no quadro de sócios, o Santa Cruz contava com quase 5 mil titulares ativos. Esse número, no entanto, sofreu redução de cerca de 3 mil sócios adimplentes, e cerca de 6 mil dependentes, ou seja, depois da primeira redução, a quantidade de sócios titulares ativos passou para 2 mil, o que representou perda de 40% do quadro associativo e de mais R$ 100 mil em receita de arrecadação.
No faturamento correspondente ao mês de abril, o clube contabilizou a segunda queda. Do cálculo de 4 mil sócios em dia, houve uma debandada de aproximadamente 3 mil torcedores e, agora, o Tricolor tem em seu quadro um pouco mais 1 mil associados ativos. A baixa significa que o clube deixou de recolher um montante que gira em torno de R$ 210 mil, em dois meses. Em um cenário normal, o Tricolor estimava uma arrecadação de R$ 280 mil a R$ 300 mil, montante que caiu para R$ 90 mil, diz o diretor de marketing.
O que tem sido feito?
O departamento de marketing coral, através do setor de arrecadação, tem feito ligações diariamente para os sócios inadimplentes, com o objetivo de negociar a data ou até mesmo flexibilizar os pagamentos. Mesmo assim, Guilherme Leite atenuou as dificuldades enfrentadas pela Cobra Coral para manter as contas em dia neste período.
“Continuamos o que estávamos fazendo. Se a gente não tivesse ligando (para os sócios) esse número seria ainda maior, o torcedor está com dificuldade no pagamento. Com a grande maioria do volume de pagamento do plano Prata, por exemplo, que é o que paga R$ 39,90 por mês, nós não temos um rendimento salgado para pagar ao clube”, disse.
“Estamos correndo para duas alternativas: a primeira delas é ligar individualmente para cada sócio e a segunda é criar outros métodos de arrecadação, como a campanha das máscaras e da volta ao Arruda, e poder lançar mais produtos para reverter (em receitas) e cumprir com os nosso objetivos”.
Novas iniciativas
De acordo com o diretor de marketing houve uma reunião nesta terça-feira (05) entre os dirigentes do clube justamente para discutir os novos produtos que serão produzidos e disponibilizados para a compra online. O montante arrecadado desta nova ação será integrado ao que está sendo recolhido dos sócios e direcionado ao pagamento dos funcionários e das despesas do clube.