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DESPEDIDA NO TÊNIS

Rafael Nadal: Mallorca, cidade onde tenista nasceu, recebe com tristeza sua aposentadoria

Espanhol anunciou que deixará as quadras em novembro, após disputa da Copa Davis

Tenista Rafael NadalTenista Rafael Nadal - Foto: Miguel Medina/AFP

Os moradores de Mallorca receberam, nesta quinta-feira (10), com tristeza a notícia da aposentadoria do tenista Rafael Nadal, um dos maiores esportistas da história, nascido na ilha espanhola há 38 anos.

Embora os problemas físicos nos últimos anos sugerissem sua aposentadoria, a notícia não deixou de impactar sua terra natal.

A televisão regional IB3 dedicará uma programação especial de três dias, e os jornais locais destacaram o fato com grandes manchetes em suas edições digitais.

O pescador mallorquino Domingo Bonnín, de 60 anos, explicou que a aposentadoria lhe provoca sentimentos contraditórios.

"Alegria porque acho que ele já merece isso, não precisa provar mais nada, e tristeza, porque se perde um referencial no esporte e como pessoa. Nem tudo é futebol nesta sociedade, e o esforço, o valor, a constância, a perseverança são qualidades que a sociedade não valoriza muito, e ele é o claro exemplo de valores, da constância, do esforço, do sacrifício", acrescentou Bonnín nas ruas de Palma de Mallorca.

O clima magnífico desta ilha espanhola, com 920.000 habitantes e localizada no Mar Mediterrâneo, a torna propícia para a prática de esportes, especialmente ao ar livre, e alguns atletas mallorquinos já alcançaram o topo antes de Nadal.

Por exemplo, o motociclista Jorge Lorenzo (cinco vezes campeão mundial), o ciclista Joan Llaneras (duas medalhas de ouro olímpicas e duas de prata), o velejador Jordi Calafat (medalha de ouro olímpica), o jogador de basquete Rudy Fernández (duas medalhas de prata olímpicas e incontáveis títulos com o Real Madrid), o tenista Carlos Moyá, que foi número um mundial em 1999, e Miguel Ángel Nadal, tio do tenista e lembrado zagueiro do FC Barcelona.

No entanto, a repercussão mundial de Nadal, com seus 22 títulos de Grand Slam e duas medalhas de ouro olímpicas, é incomparável a qualquer outro atleta espanhol e serviu para levar o nome da ilha de Mallorca e da pequena cidade onde nasceu, Manacor, pelo mundo, onde ele hoje tem sua academia de tênis e um museu.

Ele foi "um ícone mundial, não apenas de Mallorca", afirma José Ángel Gallego, um garçom de 59 anos. Sua aposentadoria, prossegue, "é uma pena", porque "para mim, ele é o melhor que temos, sem dúvida".

A aposentadoria também parece "muito ruim" para José Martínez, um funcionário público de 63 anos, que logo corrige sua resposta. "Bem, ruim não, é algo que tem que acontecer, ele fez tudo o que havia para fazer no mundo do tênis, e mais cedo ou mais tarde, todos os grandes atletas têm que se aposentar", explicou.

"Ele deixa um grande legado, não apenas como atleta, mas também como pessoa, porque é um rapaz muito nobre, muito familiar", consola-se Martínez.

Elena Ferrer é arquiteta técnica de Múrcia, de onde vem a nova grande esperança do tênis espanhol, Carlos Alcaraz, e está visitando Mallorca. Para a mulher de 46 anos, "o melhor legado que [Nadal] pode deixar é que Alcaraz continue, e que faça o mesmo ou ainda melhor que ele".

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