Refeno

Refeno: aos 24 anos, velejadora se diz "preparada" para fazer trajeto até Noronha sozinha

Marina Gerdullo vai a bordo do barco Minina na maior regata oceânica da América Latina

Marina Gerdullo vai a bordo do Minina rumo ao arquipélago de Fernando de NoronhaMarina Gerdullo vai a bordo do Minina rumo ao arquipélago de Fernando de Noronha - Foto: Júnior Soares/Folha de Pernambuco

Qual aventura você fez ou pretende fazer no auge dos seus 24 anos? A paulista Marina Gerdullo vai desbravar as águas do Oceano Atlântico rumo a mais uma experiência em sua curta trajetória como velejadora. Solitária a bordo do barco Minina, ela vai participar pela primeira vez, neste sábado (23), da Regata Internacional Recife - Fernando de Noronha, Refeno, a maior regata oceânica da América Latina, que chega à sua 34ª edição em 2023. 

Natural da cidade de São Paulo, Marina só passou a ter a navegação presente em sua vida a partir dos dez anos. À época, se mudou para Ilhabela, litoral paulista. Desde então, passou a ouvir dos pais histórias de livros sobre a vida a bordo. À Folha de Pernambuco, ela contou que a família não tem tradições náuticas e que deu os primeiros passos ao lado do pai. 

"Comecei a velejar junto com meu pai. Eu no Optimist, ele na vela de oceano. Como minha família no geral é do interior, então ninguém é muito do barco. Zero! Nos mudamos para Ilhabela, e meus pais sempre leram alguns livros que falavam sobre a vida a bordo, dentro do mar, e eles queriam proporcionar isso para mim e para a minha irmã. A princípio odiei velejar no Optimist, um barco pequeno, sozinha. Aí, agora, quem diria que eu estaria em um barco pequeno sozinha", contou aos risos. 

De acordo com a arquiteta naval de formação, apesar de iniciar ao lado do pai, a paixão pela vela só despertou mesmo no fim da adolescência. Agora, capitã amadora desde os 22 anos, coleciona milhas navegadas ao redor do mundo. Recentemente, esteve na Europa e velejou 1.700 milhas (3.148 km) em regatas em dupla na classe Mini 6.50. 

"Com 17 anos eu estava trabalhando em terra, no staff da semana da vela, e conheci pessoas da minha idade e que velejavam em barcos grandes. Quando vi que poderia estar nesses barcos que atravessam o oceano, que fazem grandes viagens, passei a me encantar pela coisa. Comecei a correr uma regata ou outra, corri atrás das habilitações necessárias e hoje sou capitã amadora", pontuou. 

"Esse ano tive a oportunidade de velejar na Europa na classe Mini. Depois que você expande seu horizonte, é difícil voltar a fazer o que fazia antes. Então me encantei pelos barcos, e depois da temporada na Europa, a única coisa que eu poderia fazer era velejar sozinha", ressaltou a jovem.

Neste final de semana, será nas águas pernambucanas que Marina vai colocar em prática tudo que vivenciou em alto mar. Participará sozinha da Refeno. Serão 300 milhas náuticas (560 km) escrevendo de forma singular a própria história rumo ao arquipélago de Noronha. Como preparação, fez um percurso maior. Veio de Salvador para Recife no comando do Minina. A distância entre as duas capitais nordestinas é de aproximadamente 400 milhas náuticas (740 km). 

“Vir de Salvador para cá já foi um teste para conhecer o barco. Salvador-Recife é um trecho maior, foi bom fazer esse treino, peguei condições adversas, foram vários pirajás - ventos de chuva -, e agora me sinto mais preparada. Acho que se eu tivesse começado direto com a regata, estaria bambeando mais”, detalhou sem esconder a ansiedade para chegar à ilha. 

“Eu nunca quis isso, adoro velejar com mais gente, compartilhando histórias. Mas, depois desse primeiro trecho que fiz sozinha, é muito bom você ter um tempo consigo mesma para ver do que você é capaz. É uma sensação muito boa. Vem daí a paixão de estar no mar e ver até onde você pode ir. Estou ansiosa, pois eu nunca fui para Noronha. Dizem que é o paraíso na terra. Chegar nos lugares de barco é especial, em Noronha deve ser ainda mais”, completou.

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