RACISMO

Ronaldo, Daniel Alves, Eto'o: relembre outros casos de insultos racistas na liga espanhola

Vinicius Júnior foi alvo de torcedores do Valencia neste domingo

Vini Jr. é escoltado por jogadores do Real Madrid após expulsão em jogo válido pelo Campeonato Espanhol Vini Jr. é escoltado por jogadores do Real Madrid após expulsão em jogo válido pelo Campeonato Espanhol  - Foto: Jose Jordan / AFP

Os insultos racistas proferidos neste domingo pelos torcedores do Valencia contra o brasileiro Vinícius Júnior, do Real Madrid, trouxeram à tona a lembrança de casos semelhantes na liga espanhola de futebol. Nos últimos 40 anos, jogadores como Ronaldo, Daniel Alves e Samuel Eto'o foram alvos de discriminação durante partidas da La Liga.

Ronaldo e a garrafa de água
Em março de 2005, o atacante brasileiro do Real Madrid, Ronaldo Nazario, jogou uma garrafa de água nos torcedores do Málaga após ser vítima de insultos racistas.

Poucos dias antes, neste mesmo estádio do Málaga, o atacante costa-riquenho do time do Málaga, Paulo César Wanchope, agrediu um torcedor de seu clube por imitar gritos de macaco.

Samuel Eto'o: "Não jogo mais"
Os cinco anos da lenda camaronesa Samuel Eto'o no FC Barcelona (2004-2009) são salpicados de insultos racistas, como quando o atacante jogou a bola para a torcida do Getafe em 2004 após ser gritado por imitar macacos.
 

Duas semanas depois, contra o Albacete, Eto'o voltou a sofrer insultos racistas. Em 2005, o atacante camaronês comemorou um gol imitando um macaco.

E em 2006, vítima de insultos racistas no Zaragoza, Eto'o decidiu deixar o campo quando estava prestes a cobrar um escanteio. “Não jogo mais!”, disse ao árbitro, que tentou convencê-lo a responder permanecendo em campo. Após a intervenção de várias pessoas, Eto'o voltou atrás na decisão e finalizou a partida. Alguns dias depois, a Federação Espanhola multou o Zaragoza em 9.000 euros (US$ 10.781).

Dani Alves e a banana
Em abril de 2014, o lateral brasileiro do Barça Dani Alves também foi vítima de um incidente no campo do Villarreal. Pouco antes de fazer uma curva, uma banana caiu ali perto. Ele descascou e deu uma mordida como forma de resposta antes de pegar o canto como se nada tivesse acontecido.

O Villarreal foi multado em 12.000 euros (14.372 dólares) e o fechamento da arquibancada afetado por uma partida.

Thomas Nkono e os insultos no Camp Nou
Lenda camaronesa, mas quase desconhecido quando chegou ao Espanyol em 1982, Thomas Nkono foi vítima de cânticos racistas e do arremesso de bananas no Camp Nou em um clássico contra o Barcelona.

"O mais engraçado é que uma parte do estádio me chamou de tudo, enquanto outra parte apitou para eles pararem. Sempre encarei isso como um desafio", disse Nkono ao jornal online El Confidencial.

Hiddink e a bandeira nazista
No aquecimento antes do jogo Valencia-Albacete em 1992, o técnico valenciano Guus Hiddink vê uma bandeira nazista colocada em uma galeria de torcedores do Albacete.

O holandês pediu a um funcionário do clube que o retirasse, ameaçando não iniciar o jogo enquanto a suástica estivesse visível.

"Quando vejo esse tipo de coisa, não consigo ficar quieto", disse o famoso técnico holandês.

Kameni e o macaco gritam
Compatriota de Nkono e sucessor no Espanyol, Carlos Kameni também foi alvo de gritos de macaco de parte da torcida do Zaragoza em 2004.

"Meu pior momento", comentou o goleiro à rede Ser em 2017. "Ganhamos por 1 a 0 e me chamaram para tudo. Até o árbitro me perguntou se eu estava bem para continuar. Eu nem sabia onde estava , mas encontrei forças para continuar jogando".

Este incidente não foi isolado: cinco meses depois, Kameni foi atingido com bananas no estádio do Atlético de Madrid. "Quando uma pessoa passa por algo assim, pode voltar para casa e cometer suicídio. Ninguém pode imaginar o que eu vivi", disse Kameni à rede Movistar em 2020.

"Somos todos Williams"
Em 2020, o atacante do Athletic Bilbao Iñaki Williams sofreu gritos de macaco ao ser substituído no campo do Espanyol. O atacante basco já havia sido vítima de insultos racistas em Gijón em 2016 e o árbitro interrompeu brevemente a partida.

O presidente do governo espanhol Pedro Sánchez condenou esses atos e o jornal esportivo Marca, o jornal mais vendido da Espanha, publicou a manchete: "Basta de racismo. Somos todos Williams". Dois torcedores do Espanyol seriam posteriormente investigados pela Justiça.

A lista de jogadores vítimas de incidentes racistas também inclui nomes como o irmão de Iñaki, Nico Williams, Mouctar Diakhaby, Frédéric Kanouté, Yaya Touré, Jefferson Lerma...

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