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Saiba quem é Bia Haddad Maia, primeira brasileira na semifinal de Roland Garros desde 1968

Tenista de 27 anos começou cedo na carreira e já foi suspensa por doping

Beatriz Haddad Maia, tenista brasileira Beatriz Haddad Maia, tenista brasileira  - Foto: EMMANUEL DUNAND/ AFP

A tenista Beatriz Haddad Maia, de 27 anos, está nas semifinais da chave simples feminina de Roland Garros. Após vencer a número sete do mundo, ela se tornou a primeira brasileira a atingir essa rodada neste tipo de torneio desde 1968, quando Maria Esther Bueno ficou entre as quatro melhores do US Open.

A vitória despertou o interesse em conhecer um pouco mais sobre a paulistana de 27 anos. Na internet, as perguntas mais comuns são o parentesco com o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, o caso de doping e a altura da atleta

Ela também possui a marca de ser a tenista brasileira, entre homens e mulheres, a chegar mais longe em uma disputa de simples em um Grand Slam, desde Guga em 2004, quando chegou às quartas de final, também em Roland Garros.

Contudo, Bia sofreu até chegar ao top-10 do WTA e entre as quatro melhores de Roland Garros. Depois de sofrer com lesões no ano de 2018, em julho de 2019, a tenista foi suspensa por doping pela Federação Internacional de Tênis (ITF), após testar positivo para substâncias anabólicas proibidas pela Wada (Agência Mundial Antidoping).

A pena foi fixada em dez meses, após a defesa ter conseguido provar que as substâncias anabólicas encontradas no exame entraram em seu organismo por meio de suplementos alimentares contaminados (contaminação cruzada). A suspensão poderia ser muito maior, até quatro anos.

Mesmo assim, a atleta perdeu a chance de se credenciar aos Jogos Olímpicos de Tóquio-2020 (Luisa e Laura Pigossi, de 27 anos, conquistaram a primeira medalha olímpica do país no esporte, com o bronze nos Jogos de Tóquio). Bia estaria liberada para jogar em maio de 2020, mas o circuito só foi retomado em agosto daquele ano, por causa da pandemia.

Devido aos pontos perdidos nesse período, ela retomou a carreira a partir da 1.342ª posição no ranking, disputando uma série de torneios pequenos pelo mundo. Três anos depois, Bia Haddad chega a uma semifinal de Roland Garros e alcança, pelo menos, o top-10 das melhores do mundo.

"Desde o começo da minha carreira, eu passei por muitas barreiras. Tudo na minha carreira foi aos poucos, nunca fui rompedora, estou muito feliz, ainda mais porque a Ons é uma jogadora que respeito muito. Fui muito disciplinada. Eu tô muito feliz, estou vindo um sonho, trabalhei duro para estar aqui" disse Bia, em entrevista para a ESPN, após a vitória.

Carreira esta que começou aos 14 anos, quando ainda treinava no clube Pinheiros em São Paulo. Ela optou por sair de sua cidade natal, deixando sua família e amigos, para poder se dedicar o máximo possível em seu desenvolvimento como tenista e, em um prodigioso início de carreira, alcançou a 15ª posição no ranking juvenil feminino.

Mas foi apenas em 2017, que Bia se firmou no cenário profissional da WTA. Nele, ela conseguiu disputar as chaves de alguns dos principais torneios do mundo, incluindo Wimbledon, onde venceu sua primeira partida de Grand Slam. O triunfo encerrou a sequência de 28 anos sem vitórias de uma brasileira no Grand Slam britânico.

O resultado de hoje, aliás, reforça a volta por cima de Bia Haddad, que mesmo após a suspensão de quase um ano, conseguiu ir subindo aos poucos no ranking até chegar entre as melhores do mundo. Além disso, destaca o momento importante do tênis brasileiro, que também chegou às quartas de final de duplas em Roland Garros com Stefani e Matos e na terceira fase do masculino com Thiago Wild.

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