Santa iguala próprio recorde e está a um triunfo de atingir maior sequência de vitórias em 15 anos
Com o triunfo em cima do Vila Nova, campanha na Série C se equiparou aos feitos de 2011, 2012 e 2015, quando o time sequenciou seis vitórias
Dificuldade financeira, pandemia e turbulência interna intensificada em ano de eleição. Antes de ser efetivamente iniciado, o 2020 do Santa Cruz era previsto como uma das temporadas mais conturbadas do clube também nas quatro linhas. Parte dos casos raros do futebol, contudo, o elenco coral construiu uma blindagem necessária ao barulho dos bastidores e hoje colhe os frutos da campanha implacável que faz na Série C, com direito a quebra de recorde praticamente ao passar de cada rodada.
Após o triunfo por 2x0 sobre o Vila Nova, no sábado, no Arruda, pela 14ª rodada da competição, o Tricolor fez crescer seu favoritismo ao acesso e igualou o próprio recorde de vitórias consecutivas pela quarta vez na década, estando a um jogo de atingir sua maior sequência de triunfos dentro de 15 anos. Até aqui, são seis vitórias seguidas e nove jogos de invencibilidade sob o comando de Marcelo Martelotte, o que, considerando esses fatores juntos, é um feito inédito para a Cobra Coral de 2005 até hoje. Além de Vila Nova, a sequência positiva foi emplacada sobre Ferroviário (3x1), Paysandu (2x1), Treze (1x0), Botafogo/PB (1x0), e Imperatriz (6x1).
Levando em conta apenas a quantidade de vitórias seguidas, o Santa repetiu a sequência duas vezes pelo Campeonato Pernambucano. Primeiro, em 2011, contra Vitória das Tabocas (3x0), Ypiranga (2x1), América-PE (3x1), Araripina (1x0), Salgueiro (1x0) e Petrolina (2x1). Depois, em 2012, diante de Central (2x1), Belo Jardim (3x0), Araripina (3x2), Porto (3x1), Náutico (1x0) e América-PE (1x0). Em 2015, Criciúma (2x0), Bahia (2x1), Oeste (3x1), Botafogo/RJ (3x0), Mogi Mirim (3x0) e Vitória (3x1) foram as vítimas pela Série B, e curiosamente, também enquanto o Tricolor era comandado por Martelotte.
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Classificado para o quadrangular decisivo da Terceirona com quatro rodadas de antecedência, o time das três cores corre solto na liderança do Grupo A, com 33 pontos e 78,5% de aproveitamento. São nove pontos de distância para o segundo colocado, Vila Nova, e 15 para o Ferroviário, que ocupa a quinta posição, com 18 pontos. Melhor mandante e melhor visitante do campeonato, o Santa precisa vencer o Remo-PA na sexta, no Mangueirão, para se garantir de vez no topo da tabela, e fechar com chave de ouro os objetivos da primeira fase.
Os resultados alcançados, claro, não são fruto de acontecimentos isolados na temporada, mas fazem parte de um longo processo de construção do trabalho coletivo. Segundo Martelotte, os corais vão por mais.
"É um grupo que já mostrou que quer sempre mais, que quer sempre a próxima vitória, pensa no próximo jogo. A gente alcançou uma sequência vitoriosa de seis jogos e o que a gente percebe dentro do vestiário é que os jogadores querem mais. Respeitamos muito os adversários, mas o trabalho tem sido feito para que a gente mantenha esse bom momento. Quem entra tem correspondido, e nada melhor que essa resposta que os jogadores têm dado para a gente acreditar que a concentração vai ser mantida até o último jogo".