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Vôlei

Seleções de vôlei do Brasil voltam a jogar com novos e velhos desafios

Liga das Nações tem início nesta terça-feira (25), na Itália

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Um ano e meio depois da Copa do Mundo de 2019, as melhores seleções de vôlei voltam a se encontrar em um torneio internacional. A Liga das Nações, que começa nesta terça-feira (25) na Itália, desta vez não será apenas um aperitivo para a Olimpíada, mas a primeira chance de medir forças desde aquele torneio e também a última de acertar o time para os Jogos de Tóquio, a partir de 23 de julho.

É por isso que o Brasil embarcou para a cidade de Rimini, que tentará criar uma "bolha" anti-Covid para as disputas feminina e masculina, com o que tem de melhor à disposição.

Nem todos os rivais farão o mesmo, por exemplo as equipes italianas dos dois gêneros e os fortes times femininos de China e Sérvia. Esses países preferiram preservar os principais atletas e investir nos treinamentos, em detrimento de uma sequência de pelo menos 15 jogos até o fim de junho.

Já para as seleções brasileiras, agora é a hora de encarar antigos e novos desafios. No caso da feminina, comandada por José Roberto Guimarães, o ciclo olímpico estendido de cinco anos foi marcado pela impossibilidade de ter as principais jogadoras no auge de modo simultâneo e algumas decepções, como a sétima posição no Mundial de 2018 –pior desempenho desde 2002.

Com o encerramento do calendário de clubes, houve a perspectiva positiva de finalmente contar com as ponteiras Gabi, 27, Natália, 32, e a oposta Tandara, 32, em boa forma, mas também o baque do anúncio de aposentadoria da seleção feito pela central Thaisa, 34. Já era sabido que Zé Roberto não poderia contar com outro pilar da posição: Fabiana Claudino, 36, que no último mês tornou-se mãe.

Sem as bicampeãs olímpicas na rede, mais do que nunca será o momento de outras atletas liderarem a equipe verde-amarela em busca da medalha que escapou em casa na Rio-2016, com a eliminação para a China nas quartas de final.

Depois do vice-campeonato da Champions League com o VakifBank, potência do voleibol turco, Gabi foi a última a se apresentar ao grupo em Saquarema, dia 10. Saudosa de vestir a camisa do Brasil, ela conta que estava acompanhando os trabalhos a distância e em contato com o treinador.

Sobre os pontos que precisam ser aprimorados pela equipe, a ponteira é transparente. "A gente precisa trabalhar tudo [risos]", diz.

"Sabemos que outros países, como EUA, China, Sérvia, Rússia e Holanda, são muito fortes, possuem jogadoras mais altas, com outras características físicas, mas o Brasil sempre se destacou pelo trabalho intenso, pela força do grupo e pela habilidade. Temos a possibilidade de jogar com muita velocidade e uma boa linha de passe, então vamos buscar no treinamento as condições para isso", completa.

A Liga das Nações servirá também para que Zé Roberto defina o grupo final para a Olimpíada. Entre as dúvidas está a participação da oposta bicampeã olímpica Sheilla, 37, que retorna para uma derradeira tentativa de defender o Brasil após atuar os últimos meses nos EUA.

"Foi muito legal esse meu retorno à seleção. Sou muito feliz jogando vôlei. Fisicamente e tecnicamente, estou evoluindo a cada dia. Vou fazer o possível para estar pronta, mas no final desse processo, o Zé vai dizer se estou pronta ou não", afirma.

Apesar dos momentos opostos na carreira, o discurso dela tem semelhanças com o da ponteira Ana Cristina, 17, revelação do Sesc-Flamengo na última Superliga que precisará rapidamente se provar em nível internacional.

"Tenho aprendido muito no dia a dia com jogadoras que são ídolos para mim, como a Fernanda Garay, a Natália, a Gabi e a Sheilla. Penso em um dia de cada vez e procuro me divertir fazendo o esporte que eu amo", diz.

A seleção feminina estreia contra o Canadá nesta terça, às 16h. Na sexta (28), no mesmo horário, será a vez de os homens iniciarem sua campanha, diante da Argentina. Ambos os jogos serão transmitidos pelo canal SporTV 2.

No caso da seleção masculina, o caminho percorrido durante o ciclo, com o vice-campeonato mundial de 2018 e o título da Copa do Mundo de 2019, indica favoritismo para chegar à quinta final olímpica seguida em busca de se manter no pódio.

O desvio de rota recente não foi causado por lesão ou aposentadoria, mas porque o técnico Renan Dal Zotto ficou mais de um mês internado em decorrência da Covid-19. Nesse período, o quadro se agravou, e ele precisou ser intubado.

A notícia de sua alta hospitalar, na sexta (21), permitiu ao menos que o elenco viajasse mais aliviado. Na Itália, o time será comandado pelo assistente Carlos Schwanke, que fez seus primeiros amistosos à frente do Brasil de sexta a domingo, diante da Venezuela.

Apesar da diferença de nível entre as seleções, as três vitórias por 3 sets a 0 serviram para Schwanke rodar o elenco e também juntar o time considerado titular na última partida: Bruninho, Mauricio Souza, Leal, Lucarelli, Lucão, Wallace e Thales.

O central Lucão, porém, ficou no Brasil para acompanhar o nascimento da filha e se reunirá com o grupo na Itália no decorrer da competição.

"Sabemos que a Venezuela hoje ainda não faz parte de um nível top internacional, mas é uma equipe que está classificada para as Olimpíadas, que força bastante o saque, o que era importante para a gente trabalhar. E hoje deu para ver que falta entrosamento, seja um pouco na comunicação do passe, seja em relação ao acerto de bola com os atacantes", disse o levantador Bruninho no domingo.

LIGA DAS NAÇÕES DE VÔLEI

Rimini, na Itália, receberá as competições feminina e masculina de 25 de maio a 27 de junho. Dezesseis equipes disputam em cada gênero, com cinco sequências de três dias de jogos das equipes femininas seguidos de três dias de jogos das equipes masculinas. Os quatro melhores times avançam às semifinais.

Primeiros jogos da seleção feminina:
25.mai - Brasil x Canadá - 16h
26.mai - Brasil x República Dominicana - 13h
27.mai - Brasil x EUA - 16h

Primeiros jogos da seleção masculina:
28.mai - Brasil x Argentina - 16h
29.mai - Brasil x EUA - 16h
30.mai - Brasil x Canadá - 13h
O torneio será transmitido pelo SporTV 2

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