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Sport e Santa mostram a cara para o Clássico das Multidões

Renovado Leão e a preservada Cobra Coral exibem identidades antes de duelo decisivo

Enquanto Sport de Patric apresenta novidades, Tricolor de Victor Rangel manteve espinha dorsal intactaEnquanto Sport de Patric apresenta novidades, Tricolor de Victor Rangel manteve espinha dorsal intacta - Foto: Anderson Stevens (Sport) e Rafael Melo (Santa

O futebol já tem data para voltar em Pernambuco. No domingo, as equipes entram em campo para disputar a última rodada do campeonato estadual. Porém, após quatro meses sem jogos, o cenário mudou, dentro e fora das quatro linhas. No "novo normal", as partidas não contarão com presença de público, pelo menos nos próximos meses. Será assim que Sport e Santa Cruz se encontrarão na Ilha do Retiro, pela segunda vez na temporada. Vivendo instabilidade financeira, o Sport chega ao Clássico das Multidões com a pressão para se classificar. Do outro lado, já com vaga garantida nas semifinais, a Cobra Coral pode se dar ao luxo de poupar seu elenco para o duelo com o River/PI, pela Copa do Nordeste.  

Quando as atividades foram suspensas, Daniel Paulista estava prestes a completar um mês no Sport. Com a chegada do treinador, duas mudanças importantes foram feitas no elenco. Primeiro, acabou com o fim do rodízio que havia sido adotado por Guto Ferreira. Já no gol, Luan Polli assumiu a titularidade. E foi com o goleiro entre os 11 que o Rubro-negro venceu o Santa Cruz em 7 de março, por 1x0, pelo Nordestão. Agora, além de precisar de um resultado positivo no domingo, diante do Tricolor, para carimbar a classificação ao mata-mata do Estadual, sem depender de ninguém, o Leão deverá contar com algumas caras novas na equipe titular.

Além do novo uniforme, lançado no fim de maio, o torcedor poderá ver Patric, Iago Maidana, Jonatan Gomez e Bruninho entre os que iniciam o Clássico das Multidões. Contratado durante a pandemia, o lateral direito ainda aguarda regularização para poder entrar em campo - assim como Ronaldo, atacante recém-chegado do Santo André, e Philip, destaque do Afogados no início do ano. Rithely, antes visto como peça essencial no meio-campo, e Cleberson não fazem mais parte dos planos e negociam suas saídas do clube. Assim como Yan, titular em boa parte dos compromissos entre janeiro e março, mas que pertence ao Palmeiras e está perto de ser negociado com o futebol português. Com chegadas e saídas, o torcedor rubro-negro vive a expectativa de ver seu time menos instável dentro de campo.

Isso porque, fora das quatro linhas as coisas não andam fáceis. Apesar dos patrocinadores terem voltado a pagar os acordos assinados com a instituição da Praça da Bandeira, o Sport chegou a mais um mês de salários atrasados no último dia 10. Ademais, durante a pandemia, a cúpula leonina viu os problemas na Justiça crescerem. Portanto, um bom resultado no clássico, antes de embarcar para Salvador, pode elevar o ânimo pelos lados da Ilha do Retiro. 

Para a torcida do Santa Cruz, "o novo" deve fazer parte da lista de palavras ressignificadas no Arruda para o reinício do campeonato. Ao contrário do Leão, o Tricolor manteve sua espinha dorsal intacta, e, inclusive, reforçou o elenco com a chegada do paraguaio Derlis Alegre, do lateral-esquerdo/ponta Jáderson e do meia-atacante Kleiton Pego. Além disso, firmou vínculo com o centroavante Victor Rangel até o final da Série C. Alegre, no entanto, deve esperar um pouco mais para estrear com a camisa coral, uma vez que ainda faltam detalhes burocráticos para o ponta ser regularizado. Os demais jogadores também precisam ser regulizados para entrar em campo, sendo os processos mais simples do que o do paraguaio. 

Não bastasse, o Santa vai para o confronto com um peso a menos nas costas, já com vaga assegurada na semifinal do Estadual. Fato que abre espaço para o comandante Itamar Schulle poupar alguns nomes, visando a partida ante o River/PI, na quarta, pela Copa do Nordeste, ao passo que possibilita ao treinador lançar novas peças na equipe - arma pouco explorada por Schulle no início da temporada.

Para quem acompanha o elenco diariamente, fica fácil perceber o maior entrosamento dos jogadores corais no período pós quarentena. Harmonia nos bastidores que pode render grandes frutos ao Mais Querido nesse retorno. Por outro lado, encarar a volta da competição local sem festa nas arquibancadas não será tarefa fácil, nem para os atletas, tampouco para a torcida coral, que, no domingo, diante do "novo normal", terá que se contentar em assistir à partida de casa. 

Para completar, na última segunda-feira, o lateral-esquerdo de ofício Chiquinho, que vinha treinando entre os titulares, foi detectado com um estiramento grau dois na panturrilha esquerda e está fora do Clássico das Multidões, abrindo o rol de baixas do Santa Cruz no retorno. 

Entre lados distintos da mesma moeda, com negativas e postividades, longe das características que espelha o futebol, o que se espera é um Clássico das Multidões diferente. Ainda assim, cheio de emoção e lições para as duas equipes. 

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