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Copa América

STF marca para quinta (10) sessão para decidir em 24 horas realização da Copa América

O caso será analisado em sessão do plenário virtual que irá durar 24 horas

Ministra do Supremo Tribunal Federal, Cármen LúciaMinistra do Supremo Tribunal Federal, Cármen Lúcia - Foto: Calos Moura/SCO/STF

O STF (Supremo Tribunal Federal) marcou para a próxima quinta-feira (10) o julgamento de ações que contestam a realização da Copa América no Brasil, em meio à pandemia de Covid-19.

O caso será analisado em sessão do plenário virtual que irá durar 24 horas. Nesse período, os ministros poderão incluir seus votos no sistema online.

O julgamento foi marcado a pedido da ministra Cármen Lúcia, relatora de duas ações sobre o tema. O presidente da corte, Luiz Fux, aceitou a solicitação da magistrada e marcou uma sessão extraordinária para tratar do tema.

Ao fazer a solicitação nesta terça (8), Cármen lembra que o campeonato está marcado para começar no dia 13 de junho e que, por isso, o caso deve ser resolvido com "excepcional urgência".

O tribunal irá analisar uma ação apresentada pelo PSB e outra de autoria da Confederação Nacional dos Trabalhadores Metalúrgicos.

A entidade afirma que a vinda de delegações estrangeiras para o Brasil aumenta o risco de propagação da Covid-19 no país.

Já o partido diz que a "permissão ou mesmo a facilitação do governo para realização de tal evento em momento no qual o Brasil atravessa a fase mais aguda da pandemia representa absoluta temeridade e descaso das autoridades federais com a saúde pública".

Argentina e Colômbia desistirem de sediar a Copa América, entre 13 de junho e 10 de julho, a Conmebol agradeceu ao governo brasileiro por aceitar a realização do evento.

Apesar da pandemia, o presidente Jair Bolsonaro confirmou na terça-feira (1º) que o Brasil sediará a Copa América. A competição terá sua abertura no estádio Mané Garrincha, em Brasília, e será concluída no Maracanã, no Rio de Janeiro, apesar do recrudescimento da pandemia.

Bolsonaro afirmou ter sido procurado pela CBF na segunda-feira (31) e, como o país está sediando outras competições "sem problema nenhum", ouviu ministros e não se opôs a receber o torneio, dando uma resposta "em poucas horas", como explicou em discurso.

Nesta segunda (7), diante da pressão para que o Brasil não sedie a Copa América, com a presença de dez delegações, Bolsonaro comparou a situação do país, onde 14,3% da população recebeu duas doses de vacina, com a do Japão, que receberá as Olimpíada e tem apenas 3,4% das pessoas imunizadas.

A decisão de sediar a Copa América também desencadeou uma crise entre a CBF e o elenco da seleção brasileira. Uma possibilidade de boicote por parte dos jogadores e o do técnico Tite chegou a ser ventilada antes do afastamento de Rogério Caboclo da presidência da CBF.

Na sexta (4), o volante Casemiro, capitão da seleção, disse que a posição do elenco e da comissão técnica sobre o evento era unânime e de conhecimento público, deixando subentendido que o grupo é contrário à realização do torneio.

"Não podemos falar do assunto. Todo mundo já sabe do nosso posicionamento. Mais claro impossível. O Tite deixou claro para todo mundo o que nós pensamos da Copa América. Existe respeito e hierarquias que respeitamos. Claro que queremos dar a nossa opinião, rolou muitas coisas", contou o jogador, em entrevista à TV Globo, ainda no gramado do Beira-Rio.

Caboclo teria ido ao vestiário e feito um discurso inflamado, o que desagradou ainda mais os jogadores. O dirigente havia acabado de ser denunciado por uma funcionária da CBF por assédio moral e sexual.

Após o afastamento do presidente por 30 dias, o elenco decidiu jogar a Copa América, mas estudam a publicação de um manifesto contrário à realização do evento no país.

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