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Técnico que agrediu árbitra assistente no Espírito Santo é suspenso por 200 dias

Rafael Soriano acertou uma cabeça em Marcielly Netto durante partida do Campeonato Capixaba e foi julgado nesta terça-feira pelo TJD/ES

Momento da tentativa de agressão do ex-técnico Rafael SorianoMomento da tentativa de agressão do ex-técnico Rafael Soriano - Foto: Reprodução/ Jovem Pan

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O treinador Rafael Barcelos, que foi acusado de agredir a árbitra assistente Marcielly Netto durante um jogo do Campeonato Capixaba, foi suspenso por 200 dias. Ele foi julgado nessa terça-feira (26) pela Primeira Comissão Disciplinar do Tribunal de Justiça do Espírito Santo (TJD-ES), em sessão que demorou mais de quatro horas. A decisão cabe recurso.

O técnico, que já cumpria uma suspensão preventiva, não participou da sessão e foi representado pelo advogado Julio Cezar Campana Filho, da Desportiva Ferroviária, time que o demitiu logo após a agressão. Já Marcielly depôs durante a audiência.

O advogado de Soriano teve 15 minutos para defendê-lo. Ele sustentou que não reconhece a agressão e a intenção de atingí-la. Segundo contou, Marcielly apontou o dedo para o rosto do treinador e ele tentou sair da frente, mas como estavam perto, deu a impressão de que houve uma agressão.

 

A procuradora Juliana Arivabene havia denunciado o treinador por cinco infrações ao Código Brasileiro de Justiça Desportiva. Ela pediu a punição máxima para que ela tenha também um cunho pedagógico.

O relator do caso, auditor Raul Bortolini, afirmou que o fato de Soriano ter tido a facilidade para agredí-la se originou no fato de assistente ser mulher. E que a ausência de um exame de corpo de delito não prejudica o julgamento, já que o que se discute é a agressão e não uma possível lesão.

No artigo 254-A, que trata sobre a agressão a árbitros, o relator sugeriu uma pena de 200 dias de suspensão, que é quase a pena mínima determinada pelo CBJD, que é de 180 dias. O máximo é de dois anos. O auditor José Inácio Borges acompanhou o relator.

Mas houve divergência. O auditor Lucas Porto a princípio sugeriu a pena de 360 dias, mas após o voto do auditor Gotardo Friço, que propôs 540 dias de suspensão, igualou a sua sugestão, sob a alegação de que é o tempo necessário para Soriano repense a sua atitude, e se for o caso, buscar uma reabilitação.

Como houve empate, segundo o CBJD, a pena aplicada deve ser aquela que favorece ao denunciado. Por conta disso, a suspensão decretada foi a sugerida pelo relator de 200 dias.

Por determinação do TJD-ES, a sessão não foi transmitida ao vivo, conforme acontece com as demais.

No último dia 10, Soriano agrediu a auxiliar de arbitragem com uma cabeça no intervalo da partida em que o seu então time enfrentou o Nova Venécia, pelo Campeonato Capixaba. Segundo a súmula da partida, assinada pelo árbitro Arthur Rabelo, após o fim do primeiro tempo, o treinador invadiu o campo e foi em direção a equipe de arbitragem. E teria dito as seguintes palavras a ele: 

“Você está de sacanagem porra, foi pênalti ali e você não marcou, você acabou o jogo no escanteio caralho, você não pode fazer isso”. 

O árbitro continuou o relato afirmando que deu um passo para trás para puxar o cartão vermelho. E que a assistente Marcielly pediu calma e ouviu: “Tira a mão de mim, só porque é mulher vai ficar me encostando, vai se f...”. 

Marcielly teria pedido a expulsão do treinador. Neste momento, ele partiu em direção da árbitra e lhe acertou uma cabeçada, sendo contido pelo outro assistente, Márcio Berger, e também pelos jogadores de sua equipe. 

Ainda de acordo com a súmula, o treinador teria negado a agressão e afirmou que a árbitra estava fingindo. Foi registrado um boletim de ocorrência contra ele.

Logo após a partida, o procurador-geral do TJD-ES, Rodney Berger, pediu a suspensão preventiva dele, e foi atendido pelo presidente do tribunal, Eduardo Salles Ramos.

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