Trio nordestino do Vôlei Renata vive "momento especial" com decisão da Superliga no Recife
Equipe de Campinas encara o Sesi-SP, neste domingo (28), no Geraldão
Após o sucesso de público na decisão da Superliga Feminina, no último final de semana, o Geraldão se prepara para receber mais uma final neste domingo. Desta vez, da Superliga Masculina. Será a primeira vez na história que o Nordeste recebe o jogo mais importante da competição nacional. E para três jogadores do Vôlei Renata, o duelo com o Sesi-SP vai ter um ingrediente especial. O ponteiro Maurício Borges, o oposto Lucas Borges e o levantador Anderson Batalha nasceram na região.
De volta à seleção para a disputa da Liga das Nações, o medalhista olímpico Maurício Borges é um dos jogadores mais experientes do atual elenco do Vôlei Renata e pode conquistar, no Recife, seu quarto título da Superliga. À Folha de Pernambuco, o alagoano de Maceió não esconde a ansiedade para a partida e afirma que uma verdadeira caravana sairá de sua cidade natal para acompanhar a final no Geraldão.
“Para mim será um momento especial na carreira, apesar de estar jogando em Recife, do lado de casa. Vão vir entre 80 e 100 pessoas, entre familiares e amigos. Quero levar isso para o lado bom, sem responsabilidade ou pressão. Creio que vai ser um belo espetáculo para todos assistirem”, contou.
Com passagens pelo voleibol russo, turco, italiano e polonês, além da seleção brasileira, Maurício chegou ao Vôlei Renata nesta temporada e foi importante no processo de amadurecimento do time, após um início irregular na Superliga. “Não tivemos um começo muito bom. A equipe está bem mesclada, com jogadores experientes, outros muito novos, que vieram da base agora, nunca jogaram Superliga antes. Mas é uma mescla boa, onde conseguimos colocar em prática nesta reta final e chegar à decisão”, falou.
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Chegando à Paraíba, mais especificamente em João Pessoa, o oposto Lucas Borges não nega a euforia por disputar sua primeira decisão da competição nacional. “A ansiedade vai aumentando. É um momento único, primeira final de Superliga, na primeira vez que acontece no Nordeste. Difícil cair a ficha. Vai ser a segunda vez que meus pais assistem a um jogo meu, vai estar todo mundo lá. Será um mix de emoções, estou começando a entender a proporção do que represento para essas pessoas, para o pessoal da Paraíba”, relatou, antes de lembrar dos percalços que o time passou para alcançar a final.
“A nossa virada de chave foi quando enfrentamos o Sada (quartas de final). Sabíamos da nossa limitação em relação a tudo: financeiro, um time campeão várias vezes, um elenco com experiência. Quando fechamos o primeiro jogo, na casa deles, com vitória, foi demais. Mas, ao mesmo tempo que todos estavam em euforia, sabíamos que era hora de manter os pés no chão, não tinha nada ganho. Fomos até o terceiro jogo contra eles”, lembrou.
Se para Maurício e Lucas a final terá um gosto especial, para Anderson o duelo contra o Sesi seria algo memorável. Seria, porque o levantador nascido no Recife não estará na capital pernambucana no dia da decisão. Em janeiro, o atleta lesionou o joelho esquerdo e segue em recuperação em São Paulo. “De certa forma, a lesão vai criando um tipo de casca. Não digo que fui amaldiçoado, mas tento ver a lesão como uma graça, como uma oportunidade de me tornar mais forte”, detalhou.
Com passagem pelas categorias de base do Sport, Anderson desembarcou no projeto de Campinas em 2019, após se destacar no Brasileiro Interclubes. Em 2022, foi eleito o melhor levantador sub-21 do País. Em sua terceira Superliga, mesmo de longe, afirma estar confiante na conquista do título. “Não tenho que ficar lamentando e chorando as pitangas. É seguir em frente, mandar energias positivas daqui (São Paulo), pois tenho certeza que a gente vai fazer uma boa partida e se Deus quiser vamos sair com a vitória”, finalizou.