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ELIMINATÓRIAS SUL-AMERICANAS

Uruguai de Marcelo Bielsa vive um lento retrocesso; entenda a situação

Agora, Uruguai receberá a Colômbia no dia 15 de novembro e visitará o Brasil no dia 19

Marcelo Bielsa, treinador do Uruguai, em coletivaMarcelo Bielsa, treinador do Uruguai, em coletiva - Foto: Pablo Porciuncula/AFP

Um quarto jogo sem vitória nas Eliminatórias Sul-Americanas para a Copa do Mundo de 2026. Jejum de gols. Vaias dos torcedores em casa... O Uruguai de Marcelo Bielsa, que brilhou por sua ousadia e velocidade no ataque, vai declinando lentamente.

Na terça-feira, a 'Celeste' voltou a sair de campo sem um triunfo em casa ao empatar em 0x0 com o Equador diante de um Estádio Centenário que deixou claro sua insatisfação, pela décima rodada das Eliminatórias.

A seleção uruguaia voltou a decepcionar depois de perder por 1x0 para o Peru, em Lima, na semana passada, e empatar em 0x0 com Paraguai e Venezuela na rodada dupla da Fifa em setembro.

O que aconteceu com a equipe comandada pelo técnico argentino, 'El Loco' com fama de estrategista que havia injetado uma nova energia após uma participação medíocre na Copa do Catar-2022 sob o comando do técnico Diego Alonso? Onde está o time que derrotou o Brasil por 2x0 em Montevidéu, há um ano, e obteve uma vitória retumbante por 2x0 fora de casa contra a campeã mundial Argentina, em novembro?

Com 16 pontos, o Uruguai segue em terceiro lugar na tabela do torneio classificatório para Copa do Mundo dos Estados Unidos, México e Canadá, ainda na zona das seis vagas que dão acesso direto ao torneio, mas com concorrentes cada vez mais próximos enquanto a liderança, que chegou a assumir no fim de 2023, mais distante.

Não é segredo que a 'Celeste' vive momentos difíceis desde a recente Copa América dos Estados Unidos, à qual chegou como uma das seleções favoritas e saiu com um amargo terceiro lugar.

Nesse torneio, incidentes logo após a semifinal contra a Colômbia geraram suspensões de jogadores importantes: o atacante Darwin Núñez, o meio-campista Rodrigo Bentancur e os zagueiros Mathías Olivera, Ronald Araújo e Josema Giménez.

Somam-se a isso os desfalques por lesão dos laterais Matías Viña e Joaquín Piquerez e dos meias Giorgian De Arrascaeta e Nicolás de la Cruz.

 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 

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"Muitas coisas para trabalhar"
Além disso, um furacão abalou a 'Celeste' quando o maior artilheiro de sua história, Luis Suárez, deu declarações explosivas quase um mês depois de se aposentar da seleção, aos 37 anos.

No início de outubro, 'El Pistolero' criticou Bielsa, acusando-o de tratar mal jogadores e auxiliares e de dividir o elenco.

As declarações do último integrante da geração de ouro que surgiu sob o comando do técnico Óscar Tabárez (2006-2021) - com quem o Uruguai terminou em quarto lugar na Copa do Mundo de 2010 na África do Sul e venceu a Copa América de 2011 na Argentina - foram endossadas pelos atuais líderes do elenco, como Federico Valverde.

Bielsa descartou que as críticas afetem o rendimento da equipe.

"Não ignoro a situação, mas para mim, se você me disser 'Eles não conseguiram jogar bem por causa dos episódios que tiveram que viver', minha resposta é não. Isso não influenciou", garantiu o treinador em entrevista coletiva na terça-feira.

O argentino havia dito a mesma coisa depois da derrota para o Peru, embora tenha notado que sua autoridade havia ficado "um tanto afetada".

Bielsa, que comandou a 'Celeste' em 21 partidas desde que assumiu a equipe, em maio de 2023 (10 vitórias, sete empates e quatro derrotas), usou as mesmas palavras de autocrítica.

"Quando um time tem jogadores melhores que o adversário e não vence, é preciso sempre observar quem maneja esse material e não consegue impô-lo", disse ele.

Contudo, sua continuidade no cargo não parece estar em jogo.

"Estamos em terceiro lugar na tabela, se começarmos com essas especulações é porque estamos todos loucos", disse o presidente da Federação Uruguaia de Futebol (AUF), Ignacio Alonso, à Rádio Oriental, quando questionado na terça-feira sobre o futuro de Bielsa.

Contra o Equador, o Uruguai mostrou intensidade ofensiva no primeiro tempo, com destaque para Federico Valverde e um chute na trave que poderia ter sido gol de Darwin Núñez, liberado provisoriamente para jogar enquanto avança o processo de recurso de sua sanção. Mas a equipe foi caindo de produção.

"Não conseguimos o que vínhamos fazendo antes. Há muitas coisas a serem trabalhadas, coisas internas", declarou Nicolás De la Cruz, que entrou no segundo tempo e tentou dar maior dinamismo ao ataque.

O Uruguai receberá a Colômbia no dia 15 de novembro e visitará o Brasil no dia 19, com o duplo desafio de voltar a marcar e provar a harmonia interna.

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