Vinte atletas ficarão fora das Olimpíadas por descumprirem padrões antidoping
Dos 20 atletas, dez são nigerianos. Todos fazem parte de países classificados pela AIU em sua "categoria A"
A Unidade de Integridade do Atletismo (AIU) anunciou nesta quinta-feira (29) que 20 participantes desta modalidade nos Jogos Olímpicos de Tóquio-2020 descumpriram os padrões sobre os controles antidoping fora da competição e não poderão participar do evento.
Dos 20 atletas, dez são nigerianos. Todos fazem parte de países classificados pela AIU em sua "categoria A", que significa que são considerados "de alto risco", razão pela qual seus representantes devem se submeter a três testes nos dez meses que antecedem uma grande competição.
A notícia representa um duro golpe para a equipe nigeriana de atletismo, com 23 classificados inicialmente.
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Segundo uma fonte próxima do tema, a velocista nigeriana Blessing Okagbaré, uma das aspirantes ao título dos 100 metros, não consta desta lista de vetados.
Em um comunicado, a Federação Nigeriana de Atletismo (AFN) reconheceu nesta quinta que houve "falhas" e afirmou que assume a "responsabilidade por todo descumprimento" que tiver levado a esta desclassificação, acrescentando que todos os seus atletas, especialmente os residentes nos Estados Unidos, receberam os testes necessários.
"No entanto, alguns atletas do sistema colegiado americano foram submetidos a testes, mas estes foram considerados não conformes com as normas de coletas de amostras e análises da AMA", segundo a AFN.
Blessing Okagbare foi mais crítica. "O sistema esportivo da Nigéria é totalmente defeituoso e nós, os atletas, somos sempre as vítimas colaterais", lamentou nas redes sociais.
Os outros países afetados pela decisão da AIU são Quênia (2), Belarus (3), Etiópia (1), Marrocos (1) e Ucrânia (3).
Os dois atletas quenianos excluídos puderam ser substituídos antes da oficialização dos participantes nos Jogos Olímpicos, o que permitiu incluir o campeão do mundo dos 1.500 metros Timothy Cheruiyot, que tinha sido o quarto colocado na pré-seleção em seu país.
Embora os países de alto risco tenham tido "melhoras significativas" na luta contra o doping, "ainda resta muito caminho a percorrer", afirmou David Howman, dirigente da AIU, citado no comunicado.