Para contornar crise financeira, Salgueiro estuda adotar modelo SAF
Carcará já iniciou a sua busca à investidores que tenham interesse de dar fôlego aos cofres do clube
Enfrentando uma crise financeira que, nos últimos anos, o deixou de fora competições regionais e nacionais, o Salgueiro estuda adotar o modelo de Sociedade Anônima de Futebol (SAF), para ganhar fôlego nos cofres do clube. Em entrevista à Folha de Pernambuco, o presidente José Guilherme informou que o processo está em andamento, e que o Carcará iniciou a busca por um investidor.
“Eu gostaria que alguém que gostasse de futebol pudesse investir, para levar o clube de volta para a Série B, quem sabe uma Série A. É um clube que já tem tradição no futebol Pernambucano, já foi campeão, disputou a segunda divisão nacional, Copa do Brasil, Copa do Nordeste e tem uma cidade à disposição”, declarou o presidente.
O Salgueiro conquistou o Campeonato Pernambucano 2020, fazendo história por ser o primeiro time fora da capital a conquistar a competição. Em outubro de 2010, apenas cinco anos após a sua profissionalização, conquistou o acesso à Série B, está na elite do futebol estadual desde 2017 e já enfrentou equipes como Corinthians e Flamengo pela Copa do Brasil. Recentemente, abriu mão da disputa da Série D 2022 por falta de recursos.
Segundo Guilherme, são vários os atrativos para quem escolher investir no futebol do clube. Um dos principais é o potencial de desenvolvimento das categorias de base. “É um clube que, caso o investidor busque investir na base para recuperar o valor, é fácil de trabalhar, porque tem poucos times profissionais aqui (no Sertão). É uma região grande, que você pode trabalhar em captação de atletas”.
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Recentemente, outros clubes pernambucanos também abriram seus olhos para o modelo de gestão. O Retrô, de Camaragibe, já deu início ao processo de transição e já está em contato com investidores nacionais e internacionais. O Santa Cruz também revelou o seu desejo de se tornar uma SAF em um futuro próximo, porém, no caso do Tricolor do Arruda, a decisão passará primeiro por uma votação envolvendo os sócios do clube.
Sem dar detalhes sobre valores, José Guilherme afirma que o investimento não seria um valor astronômico, e sim provavelmente inferior ao que os outros clubes que adotaram este modelo negociam.
“Não seria um investimento alto, como esses que estão saindo por aí. Temos débitos, mas são débitos controláveis. O interesse da gente é que surgisse uma pessoa que acabasse esse nosso sofrimento de desistir de uma Série D ou Copa do Nordeste porque não temos recurso, e trabalhar o ano todo e em todas as competições”, finalizou.
Dentro das quatro linhas, o Carcará terá o maior desafio de sua temporada na próxima quarta-feira (23), quando enfrentará o Santos pela primeira fase da Copa do Brasil. Caso o Salgueiro supere o Alvinegro do estado de São Paulo, faturará uma premiação de R$ 1,2 milhão.