Vôlei masculino estreia em Pré-olímpico pressionado por lesões e derrota inédita no Sul-americano
Seleção de Renan dal Zoto tem desfalques importantes na ponta; estreia será neste sábado contra o Catar, no Maracanãzinho
Com importantes desfalques na ponta e pressionada pela derrota no Sul-americano, a seleção brasileira masculina de vôlei disputará o Pré-olímpico, a principal competição da temporada, no Rio. Enfrentará rivais fortes como a atual campeã mundial Itália (com o MVP, o levantador Giannelli), além de Cuba e Irã.
Catar, República Tcheca, Alemanha e Ucrânia também estarão no grupo. A competição será disputada no Maracanãzinho, local onde em agosto de 2016, o Brasil foi campeão olímpico. E a estreia será contra o Catar, neste sábado, às 10h (Sportv2 transmitirá).
O Pré-olímpico é um octogonal em que todos jogam contra todos e as duas melhores seleções garantem vaga em Paris-2024. Caso o Brasil não termine entre os dois melhores, poderá garantir a participação olímpica por meio do ranking mundial, que só será atualizado depois da fase preliminar da Liga das Nações do próximo ano. A preferência é para os mais bem colocados de países de continentes ainda não garantidos.
Além do torneio no Rio, haverá qualificatórios masculinos em Tóquio (Japão) e Xi'an (China).
O Brasil de Renan Dal Zotto vai para o torneio com três desfalques: os ponteiros Leal e Arthur Bento (ambos por lesão) e o oposto Felipe Roque (pediu dispensa por questões familiares). Um dia antes de se apresentar para o lugar de Leal, Arthur teve de passar pro cirurgia e ficará afastado por aproximadamente três meses.
A lista de convocados ficou assim: os levantadores Bruninho e Fernando Cachopa; os opostos Alan e Darlan; os ponteiros Adriano, Honorato, Lucarelli e Lukas Bergmann; os centrais Flavio, Judson, Lucão e Otávio; e os líberos Maique e Thales.
Questionado se está seguro com as opções na ponta, o treinador disse que fechou o grupo com os melhores jogadores disponíveis e que a segurança existe pelo que "o grupo tem mostrado nos últimos treinos", pós-Sul-americano.
— Estou seguro com a opções na ponta. Essa é a nossa equipe, estamos fechados e 100% focados — disse Renan, que elogiou a "virada de chave" dos jogadores após o revés.
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Para Lucarelli, o ponteiro mais experiente do grupo, a derrota na decisão do Sul-americano para a Argentina, pode se tornar combustível. Diz que os jogadores ficaram tristes pela forma como o jogo transcorreu, sem reação brasileira, mas não pelo resultado.
— Ficamos chateados pela forma como foi porque perder para a Argentina não é demérito. Será uma motivação para fazermos diferente. Para não sentirmos aquilo de novo. Estamos prontos para a principal competição da temporada — comenta Lucarelli. — Nos sentimos pressionados por se tratar de um qualificatório para a Olimpíada. E no Brasil se cria uma expectativa muito grande. Temos desfalques importantes, vamos sentir falta, mas os melhores da temporada estão aqui. E isso nos traz confiança também.
Por conta dos desfalques na ponta, chegou a vez de Lukas Bergmann, de apenas 19 anos, participar de um torneio com a seleção adulta principal. Atleta do Sesi, ele jogou a Copa Pan-Americana com a seleção B, no México (o Brasil foi prata e perdeu o ouro para o Canadá). Ele é irmão de Julia, uma das principais apostas da seleção feminina de José Roberto Guimarães.
— Ele é um menino com futuro brilhante e isso me deixa muito feliz. Atleta 100%, aplicado taticamente, tudo o que pedimos ele está disposto a fazer. E tem pró-atividade e se mostra bom de grupo, apesar da timidez. Não sai da quadra quando não está tudo guardado, arrumado. Um garoto diferente, alto, bem interessante e inteligente esportivamente — elogia Renan.
Júlia ajudou a seleção brasileira feminina a garantir vaga em Paris-2024, após Pré-olímpico acirrado e que se encerrou no último final de semana em Tóquio. O Brasil terminou em segundo lugar, atrás da Turquia. O jogo que sacramentou a classificação foi contra as donas da casa e foi até o tiebreak. Também estão garantidos em Paris-2024 no feminino a França, como país sede, República Dominicana e Sérvia (Grupo A) e Estados Unidos e Polônia (Grupo C).
— Sou muito orgulhoso pelas conquistas dela. A Julia sempre me ajuda e dá dicas sobre como agir em casos de pressão, por exemplo. Ela está neste processo há mais tempo. Falamos recentemente e espero corresponder como ela — disse Lukas, que quer aprender com as oportunidades que surgirem: — Estou um pouco nervoso porque "foi do nada para mim" (que cheguei na seleção principal). Tinha jogado na seleção do Paraná e de base... Mas é uma oportunidade, algo muito bom para o meu progresso e aprendizado e vou para a luta.