MOVIMENTO ECONÔMICO

Indústria recua na Bahia e Pernambuco, mas avança no Ceará

Somente a produção industrial do Ceará apresentou resultado positivo entre os 15 locais pesquisas

A indústria não teve um bom desempenho em julhoA indústria não teve um bom desempenho em julho - Foto: Jannon Ivergall Pixabay

A indústria não registrou um bom desempenho em julho último, comparando com o mês anterior. A produção industrial pernambucana caiu 0,3% em julho, segundo a Pesquisa Industrial Mensal Regional (PIM Regional) divulgada nesta quarta-feira (13) pelo IBGE. No Brasil, o recuo ficou em -0,6%. No Nordeste, a Bahia registrou uma queda de 6%. No País, o Ceará foi o único estado com crescimento positivo de 1,2%. 

Os setores responsáveis pelo bom desempenho cearense foram a produção de artefatos de couro, artigos para viagem e calçados, metalurgia e produtos de metal, segundo o IBGE. O resultado de julho do Ceará também amenizou a queda de 6% registrada em junho, de acordo com a pesquisa.

O IBGE levanta a produção industrial em 15 localidades, mas tem três (Maranhão, Rio Grande do Norte e Mato Grosso do Sul) que foram incluídas recentemente e por isso não entraram nessa base de comparação. Do total de localidades pesquisadas, 14 apresentaram taxas negativas. “É possível perceber uma perda de ritmo na indústria nacional como um todo, que pode ser observada desde março, quando atingiu um crescimento de 1,1%. Isso pode ser explicado pela conjuntura atual, pela taxa de juros que ainda se encontra em um patamar elevado, o que pressiona a linha de crédito disponível para o investimento. Isso recai diretamente sobre a cadeia produtiva, sobre as tomadas de decisões por parte dos produtores, já que o investimento se torna mais caro. Isso vale também para os resultados regionais, com um cenário disseminado de resultados negativos”, explica o analista da pesquisa, Bernardo Almeida.

Por incrível que pareça, apesar do recuo de 0,3%, Pernambuco teve o terceiro melhor resultado entre as 15 localidades pesquisadas, atrás apenas do Ceará e do Rio Grande do Sul (-0,1%). Ainda em Pernambuco, quatro das 12 atividades industriais pesquisadas tiveram resultados positivos em julho de 2023, comparando ao mesmo mês de 2022.

Na indústria pernambucana, os setores que apresentaram aumento da produção foram: a fabricação de máquinas, aparelhos e materiais elétricos (103,6%), a fabricação de coque, de produtos derivados do petróleo e de biocombustíveis (33%) e a fabricação de veículos automotores, reboques e carrocerias (21,1%). A queda na produção industrial pernambucana ficou com a fabricação de produtos de metal, exceto máquinas e equipamentos, que teve o pior desempenho (-27,5%), seguido pela fabricação de produtos de borracha e de material plástico e fabricação de celulose, papel e produtos de papel. Ambas registraram recuos de -11,1%. 

Geralmente, a atividade industrial cai quando a economia está desaquecida e as pessoas estão consumindo menos. Isso ocorre quando há aumento do desemprego ou do endividamento das famílias, o que está acontecendo agora. A queda na indústria também é ruim porque indica que não estão sendo realizados novos investimentos no setor. E ainda tem outra consequência: os empregos do setor são mais qualificados e, muitas vezes, têm uma remuneração melhor, beneficiando toda a economia quando este tipo de ocupação está em alta.  

Indústria nos Estados

No País, as quedas da produção industrial mais intensas, em julho,  ocorreram no Amazonas (-8,8%), Bahia (-6,0%) e Pará (-4,4%), embora as taxas negativas de Espírito Santo (-2,1%), Região Nordeste (-2,0%), Santa Catarina (-1,5%), Paraná (-1,4%), Mato Grosso (-1,3%), Minas Gerais (-0,9%) e Rio de Janeiro (-0,8%) também tenham sido mais intensas que a média nacional (-0,6%). 

Ao comparar com julho de 2022, ocorreu uma redução de 1,1% na produção industrial do País em julho de 2023. A diminuição da produção se deu em 11 dos 18 locais pesquisados. Ainda nesta base comparativa, as maiores quedas foram no Amazonas (-11,1%) e Mato Grosso do Sul (-11,1%), enquanto  o Rio Grande do Norte (50,7%) e o Espírito Santo (31,7%) registraram incrementos significativos.  

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