Irã executa acusado de espionar para os EUA
O presidente Donald Trump anunciou novas sanções
O Irã executou um ex-funcionário da agência aeroespacial do Ministério da Defesa após acusá-lo de espionagem a favor da CIA, a agência de inteligência americana, afirmou a agência de notícias iraniana Irib neste sábado (22).
Jalal Hajizavar havia deixado seu posto havia nove anos e foi condenado por uma corte militar após uma investigação ter descoberto documentos e equipamentos de espionagem em sua casa, de acordo com a agência.
Ele foi executado na prisão de Rajai Shahr, em Karaj, a oeste de Teerã, mas a data exata não foi revelada.
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O anúncio da execução coincide com o aumento das tensões entre EUA e Irã, após Washington acusar a república islâmica de ter atacado petroleiros no golfo de Omã e de o Irã ter derrubado um drone americano na região.
Na sexta (21), o presidente dos EUA, Donald Trump, revelou ter ordenado um ataque contra o Irã mas voltado atrás no último momento.
Neste sábado, Trump anunciou novas sanções contra o Irã com o objetivo de impedir o desenvolvimento de seu programa nuclear e acrescentou que ainda existe a opção de uma ação militar contra o país persa.
Trump disse ser importante que o Irã recomece e adaptou seu bordão para o país: "Let's make Iran great again" (torne o Irã grande de novo).
"Estamos impondo sanções adicionais sobre o Irã, disse. "Em alguns casos, estamos indo devagar, mas em outros estamos indo rapidamente."
"Independente de quaisquer decisões [dos EUA], não vamos permitir que as fronteiras do Irã sejam violadas. O Irã irá firmemente confrontar quaisquer agressões ou ameaças dos EUA", afirmou o porta-voz da chancelaria iraniana, Abbas Mousavi.
O Ministério das Relações Exteriores do Irã convocou o representante diplomático dos Emirados Árabes Unidos, que teria permitido que o drone fosse lançado de seu território, afirmou a agência de notícias iraniana Fars.
O Irã alega ter "provas irrefutáveis" de que o aparelho entrou em seu espaço aéreo e escreveu ao secretário-geral da ONU, António Guterres, e ao Conselho de Segurança para denunciar uma ação "de provocação" e "muito perigosa" dos EUA.
Washington afirma que a aeronave foi atingida no espaço aéreo internacional. O conselho se reunirá nesta segunda-feira (24) para discutir a questão, a pedido dos EUA.
Diante das tensões as companhias aéreas KLM, Qantas, Singapore Airlines, Malaysia Airlines e Lufthansa acompanharam as empresas americanas e optaram por evitar voar sobre o golfo de Omã e o estreito de Ormuz, um ponto de passagem estratégico para o fornecimento global de petróleo na região.
Andrew Murrison, representante da chancelaria britânica para o Oriente Médio, visita o Irã neste domingo (23) para pedir por uma "desescalada urgente na região".