Baratas evoluem e podem ficar impossíveis de matar, dizem cientistas

A característica de resistir a venenos está sendo passada de geração em geração

'Barata alemã', comum em todo o planeta - John Obermeyer/Entomologia de Purdue

As baratas povoam a Terra há cerca de 300 milhões de anos. Inseto presente no ambiente urbano, costuma despertar nojo e medo de muita gente. Uma das maneiras mais comuns de controlar infestações é usar inseticidas.

O que cientistas da Universidade de Purdue, nos Estados Unidos, descobriram em um estudo publicado na revista científica Live Science pode aterrorizar: as baratas estão desenvolvendo resistência aos produtos químicos. E mais, essa característica de resistir a venenos está sendo passada de geração em geração.

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Testes realizados com espécies de "baratas alemãs", comuns em todo o mundo, mostram que os filhotes nasceram sem sentirem os efeitos do veneno, mesmo sem nunca terem tido contato com essas substâncias. "Baratas que desenvolvem resistência a múltiplas classes de inseticidas de uma só vez tornarão o controle dessas pragas quase impossível apenas com produtos químicos", afirma Michael Scharf, coautor do estudo, à revista Scientific Reports.

No estudo, os pesquisadores aplicaram três tipos de inseticidas e conseguiram manter as populações de baratas por um período de seis meses, mas não foi possível reduzi-las. Em geral, as empresas de dedetização utilizam uma mistura de substância para conseguir afetar o maior número possível de baratas.

Em outra fase do estudo, os venenos foram misturados para testar a eficiência. Dessa vez a populações de insetos no local aumentou. "Nós vimos a resistência aumentar quatro ou seis vezes em apenas uma geração", disse Scharf. "Não tínhamos a menor ideia de que algo assim poderia acontecer tão rápido". O relatório aponta que impedir as "super-baratas" no futuro deverá demandar mais armadilhas do que produtos químicos.