Quiropraxia: a técnica do alinhamento corporal

Abordagem promove ajustes na coluna vertebral e outras partes do corpo, visando a correção de problemas posturais e o alívio da dor

A técnica realiza movimentos rápidos, com uso de força controlada e precisão que movimentam e liberam as articulações - Ed Machado/Folha de Pernambuco

Muito além de buscar soluções paliativas para amenizar dores nas costas, pescoço e articulações, a Quiropraxia tem como objetivo promover um alinhamento corporal complexo e interligado. O nome vem do grego “quiro”, de mãos, e “praxia”, de prática. Ou seja, algo como “prática feita com as mãos”. A abordagem integra, desde 2006, a lista de Práticas Integrativas e Complementares do Sistema Único de Saúde (SUS). Segundo o Ministério da Saúde, a técnica promove ajustes na coluna vertebral e outras partes do corpo, visando a correção de problemas posturais, o alívio da dor e favorecendo a capacidade natural do organismo de autocura.

Reconhecida pela Organização Mundial de Saúde em 2000, a abordagem foi desenvolvida pelo médico Daniel David Palmer, nos Estados Unidos, em 1895. Para sua elaboração foram utilizadas fontes como a manipulação médica, a osteopatia e a manipulação corporal para reajustar ossos em seus devidos lugares. “É indicada para qualquer pessoa, desde crianças a idosos. Os ajustes são feitos de acordo com a necessidade do paciente. Ela vem para os dias atuais como forma de auxiliar o bem-estar, trazendo o que a gente chama de homeostase, que é o equilíbrio do corpo do campo neural até o emocional”, explica o fisioterapeuta Pedro Araújo.

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Júlio Romaguera, atleta crossfit - Crédito: Ed Machado/Folha de Pernambuco

O atleta crossfit Júlio Romaguera, 27 anos, buscou o tratamento quando teve o desempenho afetado após sofrer duas lesões severas no joelho. “Por pouco não desisti das competições, não fosse o auxílio da quiropraxia”, conta. Pelo menos duas vezes no mês, ele busca o tratamento para se livrar das dores causadas pelo treino intenso. “Com a corrida, o crossfit e a musculação há um desgaste na articulação muscular. Assim que finalizo uma sessão saio totalmente relaxado e, 99% das vezes, as dores somem. Com 48 horas, me sinto mais disposto.” Em 2018, Romaguera alcançou a décima colocação no Torneio CrossFit Brasil.

No primeiro encontro é realizada uma conversa onde o quiropraxista investigará na história do paciente, desde os hábitos da infância até as rotinas de trabalho. Em seguida é realizado um exame corporal considerando aspectos neurológicos e ortopédicos. Caso o paciente esteja apto, podem ser realizados, ainda na primeira consulta, procedimentos de realocação vertebral. Durante as sessões, o profissional realizará movimentos rápidos, com uso de força controlada e precisão, movimentando e liberando as articulações. Alguns movimentos geram estalos, mas a ação é sempre cuidadosa e segura.

Crédito: Ed Machado/Folha de Pernambuco

Inicialmente, as sessões são semanais e conforme a evolução do paciente pode ser espaçada. A técnica é indicada em casos de dor ciática, hérnia de disco, lombalgia, torcicolo, lesão por esforço repetitivo, restrições ou dificuldade de movimento, assimetria de membros por causas não congênitas e até TPM, estresse e zumbido no ouvido. A avaliação é importante também para encontrar disfunções no corpo que ainda não geraram sintomatologia. Como em uma cadeia, atividades comuns, como andar, correr, sentar e carregar peso, geram impactos ao organismo em diferentes níveis. O uso de mochilas pesadas, por exemplo, pode impactar a postura fazendo com que a coluna fique mais curva.

“Muitas pessoas não conhecem a quiropraxia. Quando conhecem, em busca da melhora de uma dor e se veem livres, tornam a procura pelo bem-estar um hábito de vida. Isso pode ser continuado em casa, fazendo atividades físicas, como alongamentos sugestionados ao caso de cada paciente”, explica. O especialista alerta também para as disfunções causadas pelo sedentarismo. “Nosso corpo foi feito para ter movimento. Quando a gente o priva desse movimento é quando começam a aparecer as dores e outras coisas que podem acometer nosso sistema neuromusculoesquelético.”