Com Brasil protagonista, Parapan inicia em Lima

Evento chega à 7ª edição com novas modalidades e delegação brasileira, sua maior da história, mirando o topo novamente

Mascote comanda a festa no Parapan-Americano, que começa hoje e se encerra em 1º de setembro - ALE CABRAL/CPB

Menos de 15 dias após o encerramento dos Jogos Pan-Americanos de 2019, a cidade de Lima, no Peru, recebe, a partir de hoje, mais uma edição dos Jogos Parapan-Americanos. Segundo o Comitê Paralímpico Brasileiro (CPB), a história do esporte para pessoas com deficiência no âmbito continental começou em 1967. Neste ano, na cidade de Winnipeg, no Canadá, foi organizada uma competição de modalidades esportivas para atletas cadeirantes, com seis países participantes.

Até 1995, nove competições desta natureza foram organizadas. Uma espécie de ensaio dos Jogos Parapan-Americanos, que tiveram sua primeira edição oficial no ano de 1999, na Cidade do México. Naquela oportunidade, o evento recebeu a chancela do Comitê Paralímpico Internacional (IPC) e contou com atletas em quatro modalidades com diferentes tipos de deficiência. Desde então, a cada edição do Parapan há o acréscimo de novas modalidades no programa. Em Lima, estreiam parabadminton, parataekwondo e tiro esportivo.

O Brasil, que conquistou no Pan deste ano a melhor campanha da sua história, terminando na segunda colocação geral no quadro de medalhas, é protagonista principal quando o assunto é Parapan. Na edição de 2007, no Rio de Janeiro, foi pela primeira vez campeão geral e, desde então, mantém uma hegemonia. De 1999 até agora, os atletas brasileiros já conquistaram 1.026 medalhas, sendo 445 de ouro, 310 de prata e 271 de bronze. A meta em Lima é dar sequência a esse histórico vitorioso. Para isso, contará com representantes em todas as modalidades, incluindo as três que estreiam no programa nesta edição.

A delegação nacional tem nomes consagrados e conhecidos do grande público, como Daniel Dias, da natação, o paraibano Petrúcio Ferreira e a paulista Verônica Hipólito, ambos medalhistas paralímpicos no atletismo. Isso além da vitoriosa equipe de futebol de 5, que competirá em busca do tetracampeonato - depois do Pan de 2007, o grupo emendou uma sequência de 24 títulos seguidos - e do goalball, que vem de títulos mundiais nos dois naipes e tenta o tri masculino no Pan e o bi feminino.

Mas também tem rostos não tão conhecidos assim, mas com muita gana de fazer história, como o pernambucano Sandro Varelo, de 37 anos, que é atualmente o líder do ranking mundial e coleciona recordes no lançamento de dardo pela classe F55 (atletas com trauma raquemedular). É sua prova mais forte, mas ele competirá também o lançamento de disco e o arremesso de peso. Outra aposta pernambucana é Leylane Moura, 25, melhor das Américas no arremesso de peso da classe F33 (paralisados cerebrais que competem sentados).

Em contrapartida, o País não terá um dos seus maiores medalhistas do paradesporto, o nadador André Brasil. Dono de 14 medalhas paralímpicas, sendo sete de ouro, 32 em Mundiais e 21 em Parapans, ele foi considerado inelegível pelo IPC para as provas de costas e livre, suas especialidades, e, por isso, está fora do evento, o que pode diminuir o número de conquistas verde-amarela em Lima.

Segundo o CPB, o Parapan de Lima é a reta final da preparação para a próxima edição dos Jogos Paralímpicos, que acontecem em 2020, em Tóquio. Esta percepção fica ainda mais forte quando se considera que estarão em disputa 30 vagas para o evento do ano que vem.