Empresa Júnior: um mercado em ascensão

Negócios criados no seio das instituições de ensino com estudantes estão com previsão de faturar R$ 45 milhões este ano

André comanda a Poli Júnior, empresa que se consolidou no mercado de engenharia - Ed Machado / Folha de Pernambuco

Com o intuito de incentivar o empreendedorismo e promover cada vez mais o aprendizado além da sala de aula, a Empresa Júnior se apresenta como uma boa opção de integrar o estudante universitário com o mercado de trabalho. O setor que está cada vez mais em alta tem uma previsão de desenvolver cerca de 23 mil projetos e faturar R$ 45 milhões neste ano, de acordo com a Confederação Brasileira de Empresas Juniores (Brasil Júnior).

Segundo um estudo da Brasil Júnior, o País conta com 926 empresas juniores abertas atualmente, e mais de 22 mil universitários associados espalhados em 171 instituições de ensino. No ano passado o mercado movimentou R$ 29,3 milhões com 18,3 mil projetos realizados, e a expectativa positiva se dá pelos bons números já apresentados este ano, onde 14,3 mil projetos já foram realizados R$ 20,8 milhões foram gerados. Em Pernambuco, o mercado já faturou R$ 1,5 milhão com cerca de 400 projetos.

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Segundo o presidente executivo da Federação das Empresas Juniores do Estado de Pernambuco (Fejepe), Marcelo Medeiros, o movimento é importante para fazer com que o espírito de empreendedorismo esteja presente nos universitários.

“Pretendemos gerar cada vez mais impacto através de nossos projetos, esperamos que existam ainda mais soluções de alta qualidade chegando ao mercado, e mais empreendedores do futuro. Um dos principais motivos da existência das empresas juniores é para diminuir a lacuna existente entre a universidade e o mercado, ela tem como missão formar, empreendedores comprometidos e capazes de transformar o Brasil”, afirmou.

O presidente da Fejepe destaca ainda que apesar das empresas terem faturamento, o recurso financeiro é destinado para estruturação da própria empresa. “Devido aos estudantes serem voluntários, conseguem oferecer soluções a um preço abaixo do praticado pelo mercado, atendendo empreendedores que não teriam acesso a esse tipo de solução. Todo o dinheiro arrecadado através de seus projetos é utilizado para cobrir os custos da operação e investir na empresa e capacitação dos membros, como ida a eventos de empreendedorismo, cursos, estrutura física da empresa, entre outros”, contou Marcelo.

Em Pernambuco, o movimento já apresenta um engajamento por parte dos estudantes. Uma das empresas atuantes no Estado é a Prisma Consultoria e Serviços em Engenharia, da Universidade Federal de Pernambuco (Ufpe). Com quase 5 anos de atuação, um dos principais projetos realizados foi a construção de uma casa sustentável, com o projeto orçado em R$ 8,4 mil, segundo a gerente comercial da empresa, Isis Costa. “Fizemos um projeto onde utilizamos o meio natural, fizemos o reuso da água, com um projeto na pegada de preservação. Com isso participamos de um desafio, e fomos premiados pelo nosso projeto, onde atingimos critérios da Organização das Nações Unidas, na preservação do meio ambiente. O nosso diferencial está no preço, que é até 75% mais barato em relação ao mercado, e o lucro é investido no conhecimento”, comentou Isis.

Outra empresa do mercado é a Poli Júnior Engenharia, da Escola Politécnica de Pernambuco, que tem 13 anos de mercado e realizaram no primeiro semestre deste ano um projeto com o Hospital do Câncer de Pernambuco, que custou um valor abaixo do mercado, de acordo com o presidente da Poli Junior, André Hermano. “No hospital fizemos três projetos e percebemos que eles não tinham as plantas do hospital, e qualquer tipo de alteração eles não podiam fazer, por não ter a planta. Realizamos um projeto arquitetônico da planta do local para realizar alterações, o trabalho hidráulico, e o elétrico. Isso pode impactar o trabalho dos funcionários, com uma melhor condição de trabalho, além de fazer com que mais pessoas sejam atendidas, diminuindo tempo de espera, com melhor condição de atendimento”, apontou André.