Danilo Caymmi reverencia o pai no show 'Viva Caymmi'

Espetáculo, que mescla música e contações de histórias, será apresentado neste sábado (28) no Teatro RioMar

Produtor Nilson Raman e Danilo Caymmi - Arthur Mota/Folha de Pernambuco

O papo começou pelo Recife dos idos de 1940, quando, sob a inspiração dos rios cortados de pontes, das rainhas do frevo e do maracatu, o samba-canção "Dora" foi composto. Uma primeira lembrança trazida por Danilo Caymmi, em visita à Folha de Pernambuco, sobre as memórias do pai, Dorival Caymmi (1914-2008), entre as tantas outras que serão contadas e cantadas por ele, neste sábado, no Teatro RioMar.

O palco receberá o espetáculo "Viva Caymmi", que teve sua estreia em 2018 no Festival de Inverno de Garanhuns (FIG), passou pelo Teatro de Santa Isabel em maio e agora retorna à Capital pernambucana junto à Orquestra Bravo Cordas. "É uma obra em construção, em constante movimento, com experimentações. Abraçamos a ideia de levá-la Brasil afora, seguindo uma lógica cronológica que envolve música e histórias bem-humoradas", comentou Danilo.

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Partiu de Bibi Ferreira (1922-2019) a ideia de exaltar Dorival Caymmi em um espetáculo, tal qual ela fez com Edith Piaf e Sinatra, entre outros nomes, e com a produção de Nilson Raman. Não foi possível e, portanto, ficou para o filho do cantor e compositor baiano a "missão" de perpetuar a sua obra no palco levado, inclusive, por outras ferramentas além do show propriamente dito. "Seria um dos próximos espetáculos da Bibi, mas ela própria, depois, sugeriu o Danilo, que topou de imediato", contou Raman.

No palco, o "de tudo um pouco" define bem a apresentação que deve introduzir o público a um chamado "lado B" de Caymmi, mesclado a um repertório composto por mais de vinte canções. "São histórias bem-humoradas de meu pai, algumas que eu conhecia e outras que nem eu imaginava que faziam parte da vida dele. É certo que o público vai rir conosco, porque é um espetáculo em que a gente canta e se diverte muito", garante.

Com "Maracangalha", "O Mar", "Oração da Mãe Menininha" e "O Que é Que a Baiana Tem", entre outras, e acompanhado pelo sexteto de quatro violinos e dois violoncelos da Bravo Cordas, além do seu violão e sua flauta, Danilo deseja fincar na memória do público as letras e melodias compostas por Dorival, no decorrer de pouco mais de seis décadas de trajetória na música.

"É urgente que as novas gerações conheçam a obra do meu pai, assim como é preciso reforçar o que ele deixou, que é grandioso, inacabado. As pessoas precisam saber de quem é o que elas cantam e é engraçado como isso acontece desde o início do show, com o público acompanhando as letras", ressaltou Danilo, que, no Recife, com a Bravo, fará uma espécie de "espetáculo embrionário" para, futuramente, fazer da homenagem a Caymmi uma montagem orquestral. "Seguiremos com o 'Viva Caymmi' e com as experimentações de vozes e instrumentos em cada lugar por onde passamos", concluiu.

Serviço
"Viva Caymmi", sábado, 21h no Teatro RioMar

Ingressos a partir de R$ 40 (balcão, meia)
Av. República do Líbano, 251, RioMar Shopping