PE contabiliza 731 casos suspeitos de sarampo no ano; 23 foram confirmados

Reunião na Secretaria Estadual de Saúde debateu o panorama atualizado sobre a epidemiologia da doença

Reunião ocorreu na sede do SES-PE - Isabelle Barbosa/Portal FolhaPE

Pernambuco registra de janeiro a setembro deste ano 731 suspeitas de casos de sarampo, dos quais 23 foram confirmados por analises laboratoriais. Uma morte foi contabilizada, a de um bebê de sete meses em Taquaritinga do Norte, no Agreste. Esses números foram divulgados na manhã desta quarta-feira (2) durante a reunião “Sarampo: um desafio atual”, realizado na Secretaria Estadual de Saúde, no bairro do Bongi, Zona Oeste do Recife, para profissionais da área de saúde.

O encontro, que também será realizado nesta quinta-feira (3) na sede do Conselho Regional de Medicina de Pernambuco (Cremepe), conta com a transmissão por webconferência para 12 Gerências Regionais de Saúde do Estado e tem o objetivo de levar aos profissionais o panorama atualizado sobre a epidemiologia da doença no Brasil e em Pernambuco, além da sintomatologia e a importância da vacinação na prevenção.

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Segundo a superintendente de Imunização da Secretaria Estadual de Saúde, Ana Catarina de Melo, que ministrou a palestra, das 731 suspeitas, 242 foram descartadas, 23 foram confirmadas, e as demais estão sendo investigadas. "Foram confirmados cinco casos nas crianças de até um ano. De 10 a 19 anos, foram confirmados 10 casos. Já entre o grupo de 20 a 29 foram identificados seis casos. Entre os de 30 a 39, dois casos foram confirmados”, afirmou. A superintendente divulgou ainda os municípios onde os casos foram confirmados. “Foram três no Recife, seis em Caruaru, nove em Taquaritinga do Norte, um em Frei Miguelinho, um em Santa Cruz do Capibaribe, um em Vertentes, um em Bezerros e um caso em Toritama”.

Ainda de acordo com Ana Catarina, desde janeiro deste ano, Pernambuco vacinou mais de 443 mil pessoas com a tríplice viral, que além do sarampo, também protege contra a caxumba e contra a rubéola. “O Ministério da Saúde fará entre os dias 7 e 25 de novembro a campanha nacional de vacinação contra o sarampo. A iniciativa é de vacinação seletiva, atendendo crianças entre 6 meses e 4 anos que ainda não tomaram todas as doses”.

A superintendente ressaltou que de 18 a 30 de novembro será a vez da vacinação seletiva para os adultos entre 20 e 29 anos que fazem parte do segundo grupo com maior casos no País. “O maior número de casos foi entre esses grupos. No Estado, já vacinamos 96% das crianças. É um público pequeno que falta ser vacinado, cerca de 130 mil. No entanto, no grupo de adultos, mais de 300 mil foram vacinados, mas ainda precisamos vacinar mais pessoas. Não temos o quantitativo, já que muitos não recordam se já foram vacinados”, contou.

Diariamente novas suspeitas são notificadas. “Precisamos realizar essas notificações para que os casos sejam investigados e tratados adequadamente. Na maioria dos casos, as pessoas são atendidas nas unidades de saúde, mas realizam o tratamento em casa. Nos casos mais graves, os pacientes são encaminhados para o Hospital Universitário Oswaldo Cruz (Huoc), que é referência em sarampo no Estado”, acrescentou Ana Catarina.

A infectologista pediátrica do Hospital Universitário Oswaldo Cruz (Huoc), Ângela Rocha, que também participou do evento, destacou a importância de reconhecer os sintomas do sarampo. “Independente da faixa de idade, tem que ser observados se existe febre, e se ela começa junto com olhos vermelhos, parecido com conjuntivite, além de tosse e principalmente as manchas pelo corpo que começam normalmente pelo rosto e por trás da orelha e só depois se espalha para todo o corpo. Identificados esses sintomas, a pessoa deve buscar imediatamente o serviço de urgência, onde os médicos solicitarão o exame de identificação do sarampo”.

Ângela destacou também a gravidade da doença e as consequências que que o paciente com a doença podem apresentar. “As complicações do sarampo se dar no pulmão, já que o sistema respiratório é bastante atingido com a doença causando pneumonia e até mesmo convulsões”, finalizou a infectologista.