Irmã Adélia pode ser primeira santa nascida em Pernambuco

Nascida em Pesqueira, Irmã Adélia presenciou aparições de Nossa Senhora durante vida

Memorial da Irmã Adélia, no Colégio Damas - Paullo Allmeida/Folha de Pernambuco

Após o Brasil ter a sua primeira santa nascida no País canonizada, Pernambuco pode ter o mesmo caminho. Neste domingo (13), um memorial dedicado à Maria da Luz, a Irmã Adélia foi inaugurado no Colégio Damas, Zona Norte do Recife. O local é uma das iniciativas para manter viva a memória da freira, falecida em 2013, buscando também canonização da pernambucana, que presenciou as aparições de Nossa Senhora em 1936.

Durante a ocasião, foram divulgados detalhes do processo de beatificação e canonização daquela que pode ser a primeira santa pernambucana reconhecida pelo Vaticano. Representantes da Diocese de Pesqueira e um grupo de historiadores estão formando comitivas para reunir o acervo de itens e histórias sobre a figura de Irmã Adélia, que teve como marca em vida hábitos simples e a preocupação com os mais pobres.

“Ela era uma pessoa muito simples, discreta, sempre teve um amor muito grande pelos pobres e pelos sacerdotes”, comenta o bispo da Diocese de Pesqueira, Dom José Luiz Ferreira Salles, Bispo da Diocese de Pesqueira. “Irmã Adélia foi um dom para a igreja e um dom para a congregação”, completou. Juntamente com a Diocese, um grupo para pesquisas históricas e teológicas está reunindo materiais para apreciação do Vaticano, que decidirá se serão suficientes para a continuidade do processo.

Responsável pela postulação do processo de canonização da Irmã Adélia, o Frei Jociel Gomes falou sobre quais serão os próximos passos junto ao Vaticano e à Diocese de Pesqueira. “Recentemente entregamos no Vaticano a solicitação da abertura do processo e estamos no aguardo da resposta, que deverá sair em até um ano”, disse o postulador. “No entanto, já estamos reunindo depoimentos e documentação sobre a Irmã Adélia para que possamos elaborar um relatório para anexar ao processo”, completou.

Irmã mais nova de Irmã Adélia, Maria das Graças Teixeira, de 80 anos, esteve presente na inauguração do memorial, e falou sobre a emoção de estar no local, revivendo memórias e momentos com a irmã já falecida. “Ela deixou um grande exemplo para mim. Era muito apegada à família, uma pessoa humilde, simples e que sempre recomendava muito amor aos pobres”, comentou.

Além do Memorial, houve também a transferência dos restos mortais de Irmã Adélia para a Capela do Colégio Damas, lugar onde ela viveu seus últimos dias de vida, ficarão junto com imagens da freira e também de uma estátua de Nossa Senhora das Graças. O local será aberto para visitação todos os dias das 8h às 12h e das 14h às 18h.

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História

Nascida em 16 de dezembro de 1922, Maria da Luz Teixeira de Carvalho ficou conhecida por presenciar uma aparição de Nossa Senhora, na Aldeia Guarda, em Cimbres, distrito de Pesqueira, no Agreste pernambucano. Depois, virou freira, recebendo o nome de Irmã Adélia ao entrar para o Instituto das Religiosas da Instrução Cristão e teria visto Nossa Senhora também na hora da morte. Entre os milagres atribuídos à Irmã Adélia está a cura de uma criança que caiu do 5º andar e outros que ainda estão em processo de avaliação.