Demônios da Garoa canta a tradição do samba no Recife

Grupo se apresenta nesta sexta (18) e sábado (19), no Manhattan Café Theatro, em Boa Viagem

Demônios da Garoa faz show nesta sexta (18) e sábado (19) no Recife - Divulgação

Quem nunca entoou “pascariguduns” ou “quas, quas, quas” numa roda de samba, não vive o samba. E é com o verbo assim mesmo, no presente, haja vista o quão atemporal é o gênero. Pelo menos o que é cantado em sua essência e não se perde em desdobramentos, tal qual o fazem os velhos (e novos) integrantes do Demônios da Garoa, com apresentação marcada nesta sexta-feira (18) e sábado (19) no Recife, no Manhattan Café Theatro, em Boa Viagem (R$ 100).

“Mantemos a ‘receita do bolo’ certinha e vamos agregando cada vez mais novos fãs”, garante Ricardo Rosa, em conversa com a Folha de Pernambuco. Neto de Arnaldo Rosa (1929-2000), fundador do conjunto vocal paulistano, Ricardinho, como é conhecido, integra o grupo ao lado do pai, Sérgio Rosa, que faz parte da segunda geração do quinteto, que celebra 76 anos de trajetória em 2019.

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“O nosso mais recente membro chegou depois de um bom laboratório, como músico de apoio, cantando e tocando conosco. É preciso ter aptidão com a história do grupo dentro da música brasileira, nisso se incluem também as vestimentas e a forma de se portar dentro e fora do palco”, contou Ricardo Rosa sobre o novato Everson Pessoa, que somado ao seu pai, Sérgio Rosa, a Dedé Paraizo e Izael Caldeira, completa o quinteto afinado por vozes e contações de histórias bem humoradas, características que os identificam desde os idos anos de 1940.

"Meu avô foi o responsável por tudo isso e meu pai herdou o estilo, por isso no show saem piadas e histórias que acabam contagiando a todos, inclusive ao público. Há o lado gaiato e jocoso que torna as apresentações mais leves, assim como os improvisos, porque todos participam mesmo sem esperar."

Com clássicos como "Saudosa Maloca", "Trem das Onze", "Samba do Arnesto" e "Iracema", canções referendadas por Adoniran Barbosa (1910-1982), parceiro do grupo durante décadas, Demônios da Garoa chega à capital pernambucana com repertório especialmente preparado para a apresentação, dada a exigência do público local para o samba do grupo, de acordo com o próprio Ricardinho. "Em outros palcos acrescentamos músicas de outros artistas, mas no Recife o público gosta daquele Demônios com repertório próprio. Pensando nisso, recentemente resgatamos algumas músicas, e é o que vai ser apresentado".