Óleo chega à praia de Suape, no Cabo

Manchas de óleo foram recolhidas neste domingo por voluntários e agentes públicos

Manchas de óleo são recolhidas na praia de Suape - Maria Cavalcanti

Voluntários, agentes do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) e da prefeitura do Cabo de Santo Agostinho, Litoral Sul do Estado, recolheram neste domingo (20) óleo na praia de Suape, local em que pescadores constataram o desastre ainda de madrugada. Pelo menos até as primeiras horas da manhã de hoje, mais de 100 sacos de 50 litros foram recolhidos da praia, e alguns trechos de mangue também foram atingidos.

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Lula Cabral faz remoção de mancha de óleo em Suape
O prefeito Lula Cabral está acompanhando a limpeza da praia de Suape, onde equipes da Prefeitura e voluntários  recolheram 10 toneladas de manchas de óleo encontradas na manhã deste domingo. Vistoria do a Ilha de Tatuoca, cercada de áreas de  manguezal, Lula uniu -se à força-tarefa no recolhimento do produto encontrado nas águas.

“Estávamos com monitoramento há pelo menos oito dias com nossa equipe, que está atenta, e na madrugada deste domingo o óleo começou a chegar aqui em Suape e ainda temos a informação de que à noite chegarão manchas em outra praia nossa, a de Gaibu. Isso nos deixa preocupados, estamos na época do turismo, aguardamos o ano todo e ocorre esse desastre ecológico.", comentou o prefeito à reportagem da Folha de Pernambuco.  

Hotel Vila Galé
Elaine de Santana Souza, pescadora, foi uma das primeiras a trabalhar na limpeza da praia com seus vizinhos. "Fiquei sabendo antes das 5 horas da manhã, nos reunimos com alguns vizinhos e viemos limpar a praia. O hotel Vila Galé disponibilizou luvas e sacos para continuarmos a limpeza de forma mais segura, mas iríamos fazer de todo jeito."

Cerca de 30 voluntários entre turistas e moradores trabalham na retirada do petróleo que chega na praia. Edson Antônio, que trabalha com passeios turísticos na praia, contou sobre o impacto turístico do desastre." Essa é a única praia de Pernambuco com águas abrigadas, seguras. Por essa importância e pelo tamanho da diversidade de ecoturismo da praia é que torna ainda mais drástico o que está acontecendo. Para nós é muito arriscado isso pela possível evasão do turismo em pleno verão", contou.

Rio Massangana
Sérgio Belo, do comitê popular que trabalha junto à equipe de monitoramento da prefeitura do Cabo de Santo Agostinho, comentou sobre os pontos atingidos. "Já encontramos uma concentração de óleo grande na foz do rio Massangana e tem outra no mangue".

O procedimento usado para coletar o óleo segue geralmente pelo arraste dele da água para a areia, se este já não estiver na praia, é depois pelo arraste dos pedaços. "A indicação é que quem não tiver EPI não pegue no óleo, devido a quantidade de material tóxico que ele possui. Então é evitar o contato, evitar banho nas áreas que tiver o material e informar o poder público o mais rápido possível para que eles possam agir de alguma forma", concluiu Sérgio. É importante salientar que o óleo, em contato com o corpo, gruda. Para retirá-lo, voluntários indicam o uso do óleo de cozinha, esfregando-o no local.

Mizania Pedrosa, engenheira química do Ibama, contou como estão sendo realizadas as ações: "As operações estão em todos os lugares do litoral. Tem equipes da Agência Estadual de Meio Ambiente (CPRH), do Ibama e da Secretaria Estadual de Meio Ambiente e Sustentabilidade de Pernambuco (Semas), distribuídas em todas as praias de Pernambuco. É muito importante agirmos o mais rápido possível sempre para conter e retirar o material do mar".