Investigação conclui que PM atirou na menina Ágatha no Rio

A Polícia Civil informou que o agente tentou atingir "dois traficantes que passavam em uma moto", mas o projétil ricocheteou e atingiu Ágatha

Agatha - Reprodução/Instagram

A Polícia Civil do Rio de Janeiro concluiu que quem atirou e matou a menina Ágatha Félix, 8, foi um policial militar. A criança foi atingida dentro de uma kombi quando voltava de um passeio com a mãe, em 20 de setembro, no Complexo do Alemão (zona norte carioca).

O inquérito foi finalizado e o relatório do caso foi encaminhado ao Ministério Público estadual, segundo a corporação. Ele se baseou em depoimentos de policiais militares que estavam no local do crime e de outras testemunhas, em perícias e em uma reprodução simulada realizada no início de outubro.

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Essa reconstituição apontou que houve "erro de execução" por parte do cabo da UPP (Unidade de Polícia Pacificadora) da região da Fazendinha. Em nota à imprensa nesta terça (19), a Polícia Civil informou que o agente tentou atingir "dois traficantes que passavam em uma moto", mas o projétil ricocheteou e atingiu Ágatha.

Segundo o jornal O Globo, porém, testemunhas relataram no inquérito que o policial confundiu uma esquadria de janela que o homem sentado na garupa segurava com uma arma. Esses depoimentos indicam que a dupla fugiu de uma blitz dentro da comunidade momentos antes, e que o policial estava sob forte tensão devido à morte de um colega havia três dias.

No relatório, os investigadores pediram que o cabo seja afastado da UPP e proibido de ter contato com testemunhas do caso que não sejam policiais militares. Não informou, no entanto, o nome do responsável nem em qual crime ele será enquadrado.

A Polícia Militar, que inicialmente afirmou que os policiais da UPP haviam sido atacados por criminosos de diversos pontos da comunidade, afirmou que o PM está afastado de suas atividades nas ruas.

Também disse que "está dando o apoio necessário" à Polícia Civil e, em paralelo, continua apurando o caso internamente através de um Inquérito Policial Militar (IPM), mas não respondeu em que fase ele está.