Caso Beatriz faz quatro anos; familiares realizam protesto e cobram agilidade nas investigações

O manifesto, organizado por familiares e amigos da vítima, acontece a partir das 17h desta terça, na Praça Dom Malam, em frente ao local do crime, em Petrolina

A menina Beatriz Angélica, de 7 anos, foi assassinada em 10 de dezembro de 2015 - Reprodução/Acervo Pessoal

Está prevista para acontecer na tarde desta terça-feira (10), em Petrolina, no Sertão de Pernambuco, uma manifestação para relembrar o caso da menina Beatriz Angélica Mota, que foi morta há exatos quatro anos com 42 facadas durante uma festa no Colégio Maria Auxiliadora, onde estudava na cidade. A manifestação, organizada por familiares e amigos da vítima, acontece a partir das 17h, na Praça Dom Malam, em frente ao local do crime, em Petrolina. O objetivo é chamar a atenção da justiça para a resolução do caso.

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Em dezembro de 2018, o Tribunal de Justiça de Pernambuco (TJPE) decretou a prisão preventiva de um funcionário da escola onde a menina Beatriz Angélica foi assassinada quando tinha 7 anos. Alison Henrique, que não chegou a ser preso, teria apagado as imagens do circuito interno da câmera de segurança da instituição de ensino. Em setembro de 2019, o TJPE revogou o pedido de prisão do suspeito por entender que as investigações não chegaram a nenhum resultado.

Um mês depois, em outubro, Lúcia Mota, mãe da menina Beatriz, protocolou na Corregedoria da Secretaria de Defesa Social (SDS) de Pernambuco evidências obtidas pela família sobre o possível desvio de função de um perito que teria atrapalhado o inquérito policial que investiga o caso. De acordo com a mãe de Beatriz, o profissional, que não teve o nome revelado, teria elaborado um plano de segurança para a instituição de ensino enquanto investigava o caso. A Corregedoria Geral da SDS informou que uma investigação preliminar foi instaurada para apurar os fatos.

Segundo a Polícia Civil do Estado (PCPE) - procurada pelo Portal FolhaPE -, as investigações correm em segredo de justiça e, por esse motivo, não pode fornecer informações sobre o caso. A PCPE disse ainda que a delegada Polyanna Neri, que está à frente do inquérito policial sobre o crime com dedicação exclusiva, instituiu uma Força Tarefa composta por policiais civis, três delegados e suas respectivas equipes, que possuem experiência na investigação de homicídios, para contribuírem na celeridade da conclusão do inquérito. Em nota, a PCPE reitera a confiança em “elucidar esse bárbaro assassinato e apresentar quem comeu esse crime à Justiça”. Atualmente, o inquérito que investiga o caso conta com 19 volumes, mais de 4 mil páginas e está no Ministério Público de Pernambuco (MPPE).

Em entrevista ao Portal FolhaPE, no entanto, o pai de Beatriz, Sandro Romilton Ferreira da Silva, disse não acreditar mais no trabalho da polícia. “Eles erraram muito. Há pouco mais de dois meses é que nós conseguimos ter acesso ao inquérito, depois de muitos anos de insistência. Já denunciamos à corregedoria e aguardamos respostas” afirmou Sandro.

Entenda o caso:
A menina Beatriz Angélica Mota, de 7 anos, foi encontrada morta dentro do Colégio Nossa Senhora Auxiliadora, em Petrolina, no dia 10 de dezembro de 2015. Após se afastar da família para beber água durante uma festa de encerramento do ano letivo, a garota desapareceu e seu corpo foi encontrado cerca de 40 minutos depois, com 42 golpes de faca, dentro de um depósito de material esportivo da escola. Até hoje, nenhum suspeito do crime foi preso.