Ceplan aponta os desafios para o ano de 2020

Na avaliação da consultoria, Estado precisa consolidar investimentos industriais, melhorar indicadores de emprego viabilizar PPPs e concessões

Ceplan aponta projeção de crescimento do PIB nacional em torno de 1% para 2019 a taxa de 2% a 2,5% no próximo ano - Divulgação

O Brasil vivenciou uma lenta retomada no crescimento da atividade econômica em 2019 e até o terceiro trimestre deste ano cresceu em ritmo vagaroso. Apesar disso, o cenário é otimista para o ano que vem, mas ainda há uma série de desafios que devem ser enfrentados para alavancar o crescimento.

As tendências econômicas e os números do ambiente de negócios para 2020 foram os assuntos da análise realizada pela Consultoria Econômica e Planejamento (Ceplan) em parceria com o Lide-PE, que reuniu nesta terça-feira (10), empresários de vários setores econômicos e contou com a avaliação dos economistas Tânia Bacelar e Jorge Jatobá.

A Ceplan aponta que a projeção de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) nacional gira em torno de 1% para 2019 e estima uma taxa de 2% a 2,5% no próximo ano. Em Pernambuco, a oscilação positiva do PIB estadual deve se manter acima do nacional. As políticas públicas de incentivos vêm permitindo que o Estado sofra os efeitos da crise com menos intensidade em relação a boa parte das outras economias estaduais.

Para Tânia Bacelar, “isso se deve aos impactos das políticas estaduais de desenvolvimento e atração de investimentos implementadas nos anos 2000 e que garantiram uma forte expansão e diversificação da matriz econômica local entre a década passada e o início da atual”.

Os principais desafios apontados pela Ceplan para 2020 são consolidar e adensar os investimentos industriais atraídos pelo Estado, melhorar os indicadores do mercado de trabalho, viabilizar parcerias entre os setores privado e público por meio de PPPs e concessões, e a implementação de um ajuste fiscal na esfera pública para conter a escalada do déficit no sistema previdenciário estadual, que cresceu de R$ 719 milhões para R$ 2,6 bilhões entre 2005 e 2018, podendo alcançar R$ 2,8 bilhões em 2019.

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A precarização do trabalho e a dificuldade de gerar empregos são também outros fatores preocupantes no Estado. No mercado de trabalho, o quadro em Pernambuco evidencia uma recuperação frágil, marcada pela informalidade e que contrasta com o desempenho do PIB estadual. O saldo na movimentação dos empregos formais atingiu 17,3 mil postos de janeiro a outubro de 2018 e 11,5 mil vagas nos mesmos 10 meses de 2019.

“Os indicadores do mercado de trabalho, por sua vez, demonstram uma queda lenta do desemprego, com uma característica preocupante: a precarização crescente da ocupação. Puxada pelo trabalho precário e informalidade, a ocupação se expandiu em 1,5 milhão de pessoas, de 92,6 milhões de trabalhadores para 94,1, milhões entre outubro de 2018 e o mesmo mês de 2019”, ressalta Jorge Jatobá.