Justiça manda Marcelo D2 apagar tuítes que ligam Doria a mortes em Paraisópolis

A decisão é do desembargador Luiz Antônio de Godoy, da 1ª Câmara de Direito Privado do TJ-SP

Marcelo D2 - Reprodução/ Twitter

O cantor Marcelo D2 terá de apagar três tuítes críticos ao governador João Doria (PSDB) relacionados às mortes na favela de Paraisópolis (zona sul de SP).

A decisão é do desembargador Luiz Antônio de Godoy, da 1ª Câmara de Direito Privado do Tribunal de Justiça de São Paulo, que afirmou que há "possível abuso do direito de liberdade de expressão por parte do requerido, bem como perigo de dano, tendo em vista a repercussão gerada por suas publicações".

Em uma das postagens, D2 afirma que Doria foi o mandante das mortes de nove jovens, ocorridas durante ação da Polícia Militar, no dia 1º. Em outro tuíte, respondendo a uma declaração de Doria dizendo que lamenta o episódio, o cantor afirmou: "Lamenta nada, assassino".

Leia também:
Moradores de Paraisópolis cobram de secretários uma subprefeitura e organização de bailes 
CIDH condena ação policial que matou nove pessoas em Paraisópolis


Uma terceira postagem afirma "o Doria não gostou que chamei ele de assassino e tentou, na justiça, tirar meu post do ar. Então aqui vai uma homenagem a mais um brasileiro do ano Parabéns aos envolvidos!". Em seguida, há uma charge de Doria com as mãos sujas de sangue.

O pedido de Doria afirma que "em que pese o agravante seja governador do estado de São Paulo, responsável pela segurança pública e planejamento macro do exercício do poder de polícia, não se pode imputar à sua pessoa, enquanto detentora de direitos e obrigações, a responsabilidade direta pelo episódio."

O magistrado estabeleceu multa diária de R$ 500 para o caso de o cantor não retirar os posts. As postagens ainda estavam no ar nesta sexta-feira (13).

A reportagem procurou a assessoria de D2 e, assim que receber o posicionamento, acrescentará nesta reportagem.