Ariano Suassuna e Antônio Nóbrega: um mestre reverencia outro, no palco da Caixa Cultural
Antônio Nóbrega apresenta, de quinta (19) a sábado (21), recital em homenagem a Ariano Suassuna
Antônio Nóbrega apresenta um passeio sobre a obra que produziu junto com Ariano Suassuna - Silvia Machado/Divulgação
"Apresentamos um passeio por aquilo que a obra de Ariano tem em comum com a minha, tanto efetivamente, por meio de coisas que foram criadas em conjunto, como trazendo peças que expressam uma ligação meramente inspiradora". A descrição de Antônio Nóbrega para seu espetáculo "Recital para Ariano Suassuna", que estará em cartaz no teatro da Caixa Cultural de 19 a 21 de dezembro, reflete a profunda conexão estética e afetiva com o mestre, falecido em 23 de julho de 2004.
O encontro entre os dois aconteceu em 1971 e o vínculo nunca foi rompido, sequer pela morte. Convidado por Ariano para integrar o célebre Quinteto Armorial, conhecido pelos diálogos entre as linguagens popular e erudita, o músico realizou várias parcerias com o escritor. "Ele fez um martelo agalopado para meu espetáculo 'Marco do Meio Dia', e eu musiquei peças de seu romance 'A Pedra do Reino'", exemplifica Antônio Nóbrega.
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A ideia inicial do recital surgiu após a morte de Ariano: ele se foi enquanto realizava um ciclo de aulas-espetáculo pelo Brasil, e ficou faltando fazer a de São Paulo. "Fui convidado para dar essa aula no lugar dele. Gostei da ideia e preparei esse repertório", conta. Quatro anos depois, em 2018, ele inscreveu o recital no edital da Caixa Cultural, mas a proposta só foi aprovada neste ano - o que acabou levando o artista a elaborar um outro show, "Rima", que vem sendo realizado e apresentado em paralelo, e que conta com um repertório diferente.
Antônio Nóbrega conta que "Recital para Ariano Suassuna" é um espetáculo mais contemplativo. "Não é um show dançante, e requer uma escuta mais atenciosa, como de resto a obra de Ariano propõe. Mas também não é uma apresentação cansativa. Tem momentos jocosos, histórias engraçadas e canções picarescas como o 'Romance da Filha do Imperador', que eu inclusive gravei no meu CD Lunário Perpétuo", descreve.
Outras peças que compõem o recital são "A Nau Catarineta", "O Rei e o Palhaço", "Canudos", "Rasga" e "Ponteio Acutilado". Ele se apresenta na companhia de cinco músicos: Edmilson Capelupi (violão 7 cordas, viola e cavaquinho), Edson Alves (baixo e violão), Cleber Almeida (pandeiro, percussão e bateria), Olívio Filho (acordeão) e Zé Pitoco (sax alto, clarinete e zabumba).
Outras peças que compõem o recital são "A Nau Catarineta", "O Rei e o Palhaço", "Canudos", "Rasga" e "Ponteio Acutilado". Ele se apresenta na companhia de cinco músicos: Edmilson Capelupi (violão 7 cordas, viola e cavaquinho), Edson Alves (baixo e violão), Cleber Almeida (pandeiro, percussão e bateria), Olívio Filho (acordeão) e Zé Pitoco (sax alto, clarinete e zabumba).
No dia 18 de dezembro (quarta-feira), véspera do início da temporada do espetáculo, o artista apresenta a palestra "A Cultura Popular e a Educação", a partir das 19h. No encontro, também na Caixa Cultural, ele fala sobre como a prática das representações simbólicas do mundo popular pode fornecer táticas para o desenvolvimento e aprimoramento da habilidade cognitiva.
Serviço:
"Recital para Ariano Suassuna", com Antônio Nóbrega
Teatro da Caixa Cultural, Av. Alfredo Lisboa, 505 - Bairro do Recife
Quinta (19) a sábado (21), às 20h.
Ingressos: R$ 30 (inteira) e R$ 15 (meia)