Italo Ferreira bate Medina e é campeão mundial de surfe

Potiguar derrotou o compatriota na final do Pipe Masters e se tornou o primeiro nordestino a faturar o Mundial

Italo Ferreira e Gabriel Medina, no pódio do Pipe Masters - Kelly Cestari / WSL via Getty Images

Teve nordestino fazendo história, nesta quinta (19), no surfe. Após sete dias seguidos de adiamento, por conta das fracas ondas em Pipeline, no Havaí/EUA, finalmente a última etapa da Liga Mundial de Surfe (WSL) foi realizada. Demorou, mas a recompensa veio em grande estilo para o Brasil, que faturou seu quarto troféu da elite do esporte. O potiguar Italo Ferreira, de Baía Formosa, no Rio Grande do Norte, foi campeão pela primeira vez do mundial ao superar o compatriota Gabriel Medina.

Logo de cara, o título do mundial de surfe já foi assegurado para o Brasil. Isso aconteceu porque Italo passou para as quartas de final ao vencer Peterson Crisanto, tirando o norte-americano Kolohe Andino da briga. Com o triunfo, restava saber se o surfista ficaria com o troféu ou se a honraria seria do compatriota Gabriel Medina, que avançou de fase ao ganhar de Caio Ibelli.

Os brasileiros passaram com tranquilidade nas quartas e semifinais. Italo eliminou Yago Dora e Kelly Slater, respectivamente, enquanto Medina levou a melhor perante John John Florence e Griffin Colapinto. A esperada final verde-amarela aconteceu.

A disputa entre Italo e Medina foi acirrada graças ao bom aproveitamento da dupla nos tubos. O potiguar, porém, se agarrou na ponta e não desperdiçou a oportunidade de faturar o título, o primeiro de um nordestino na história.

Ítalo entra para o seleto grupo dos campeões mundiais, que também já conta com o próprio Medina (2014 e 2018) e Adriano de Souza, o Mineirinho (2015). "Eu dediquei toda a minha vida para isso. Era meu sonho. Meu tio e minha avó morreram recentemente e eu dedico o título para eles. Eu não posso acreditar", afirmou o campeão após a conquista.

Brazilian Storm
Desde 2018, os brasileiros são maioria no circuito. Em 2019, dos 34 surfistas fixos da elite, 11 eram do País. A Austrália aparecia em segundo lugar, com oito representantes. Havaí e Estados Unidos possuem quatro surfistas cada um. O cenário não será muito diferente em 2020. Cinco surfistas do Brasil conseguiram permanência na WSL, a primeira divisão, e outros cinco subiram via WQS, a segunda. Ou seja, não há sinais de arrefecimento da "Brazilian Storm".

Na próxima temporada, além do quinto título mundial, o Brasil tentará estender seu domínio à Olimpíada. Os Jogos de Tóquio serão os primeiros que incluirão o surfe no programa, com a disputa programada para a praia de Tsurigasaki, em Chida, distante 60 quilômetros da capital. Os representantes do País na competição foram definidospelo ranking da temporada 2019. Assim, Italo e Medina carregarão a bandeira brasileira no Japão.

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