Música ajudou a recuperar autoestima dos tricolores
"Santa, Meu Eterno Amor!", de Rodrigo Baltar, caiu nas graças da torcida em 2013
Dos anos difíceis, aos momentos de glória. Assim como as composições de Rogério e Romero, torcedores ilustres de Sport e Náutico, o Santa Cruz também guarda em seu acervo figuras que lutaram para recuperar a autoestima do clube através da música em tempos de trevas. Batendo recorde de público ainda na Série D, o Tricolor manteve em 2011 o protagonismo da massa coral. Foi nesse período que o jornalista, fotógrafo e torcedor do Santa, Rodrigo Baltar, com a ajuda de seu parceiro de arquibancada, Luís Quirino, assim compôs a música "Santa, Meu Eterno Amor!", canção que até hoje ecoa nos quatro cantos do José do Rego Maciel em dia de jogo.
“Um dia eu estava em casa assistindo ao Esporte Espetacular, quando passou uma música. Aí fiz uma letra e joguei no grupo da Portão 10 - torcida de barra do Santa. Luís Quirino veio falar comigo e a gente foi ajustando, até que chegamos na versão oficial, que hoje todo mundo conhece", explicou.
Depois de duas tentativas falhas de subir de divisão, em 2009 e 2010, o Santa Cruz precisava mais do que nunca do apoio da torcida para derrubar de vez as muralhas do degrau mais baixo do Campeonato Brasileiro. A música recém-criada, então, seria uma das demonstrações de amor na ocasião. Mas, mesmo com a conquista do acesso à Série C em 2011, não foi o que aconteceu. Na boca popular, o “Papapa” só caiu nas graças da torcida em 2013, quando o Santa subiu para a Série B, depois da vitória por 2x1 em cima do Betim/MG, no Arruda.
"A intenção da música foi justamente mostrar que, independente de estar na Série D ou C, a gente era tricolor, não iria negar isso e estaria ali sempre que o clube precisasse”, ressaltou Rodrigo, relembrando, ainda, o momento em que escutou a música pela primeira vez no Arruda.
“Essa música significou uma realização. Eu me lembro a primeira vez em que vi o Arruda cantando e eu caí no choro. Quando o Santa fez o segundo gol, não me controlava de chorar. A emoção foi imensa por tudo. Pelo acesso, pela volta, por estar saindo da Série C. O estádio inteiro cantando minha música. E até hoje digo que o torcedor do Santa pode morrer de tudo, menos do coração”, finalizou.