Atividade física em grupo contribui para o comprometimento e a socialização

Apostar em exercícios que reúnam amigos, segundo praticantes, aumenta a motivação e energiza corpo e mente

Estudante universitário Vinícius Rocha - Arthur de Souza/Folha de Pernambuco

Que todos precisam deixar a preguiça de lado e fazer atividade física é indiscutível, mas não adianta se aventurar com qualquer exercício. Cada pessoa precisa encontrar o tipo mais adequado para ajudar na busca por uma vida mais saudável e assim aumentar as chances de dar continuidade à prática.

Há, por exemplo, quem prefere realizar atividade física em grupo, pois se sente mais motivado para manter seu comprometimento. Há ainda quem defenda que ao se juntar com outras pessoas para se exercitar a qualidade de vida não fica apenas no corpo, mas tem toda uma questão de socialização envolvida.

[TV FOLHAPE] O educador físico Pedro Ferreira e o estudante universitário Vinícius Rocha falam sobre a importância das atividades físicas

De acordo com uma pesquisa da Universidade de Oxford, no Reino Unido, realizar uma atividade em grupo é mais prazeroso porque gera uma liberação maior de endorfina, hormônio ligado à sensação de bem-estar. Quem se enquadra bem nesse perfil é o estudante universitário Vinícius Rocha, de 21 anos.

Ele conta que um dos exercícios favoritos dele é o futebol com os amigos. Não bastasse isso, recentemente ele trocou a academia pelo crossfit. "Quando eu malhava colocava o fone de ouvido e ficava lá levantando peso sozinho. Eu realmente não gostava e ia quase que obrigado. Agora fazendo crossfit é outra história, outra animação. É muito mais dinâmico", comenta.

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O jovem aponta a interação como um dos principais motivos para continuar a prática dos exercícios. "Ajuda muito na sociabilidade já que pessoas em grupo tendem a se relacionar quase que obrigatoriamente. Atualmente, smartphones e redes sociais são os grandes vilões das atividades físicas. Quem nunca escutou um pai ou mãe falando que na nossa idade não ficava no sofá, mexendo no celular, mas estaria na rua brincando com os amigos? Por isso, além de ser bom para a saúde, atividades físicas em grupo servem para você ver outras pessoas, conversar pessoalmente", diz.

[PODCAST FOLHAPE] Jota Batista conversou no Canal Saúde com o educador físico Pedro Ferreira.



 Além de aliviar o estresse do dia a dia, algumas pessoas preferem fazer atividades físicas em grupo por ser um momento de encontro para compartilhar com seus amigos sua rotina no trabalho, em casa, com a família. Como é o caso da comerciante Patrícia Braga, 43. Ela conta que sempre gostou de praticar esportes, mas nos coletivos consegue ter mais ânimo. Há cerca de dois anos, ela passou a fazer do grupo feminino de ciclismo Saia Com Pedal. “É motivacional. Você fica empolgado, cria mais desafios de estar com o grupo. Podemos conversar, socializar e desestressar um pouco. Você melhora seu astral quase 100%. Faz bem para o corpo e mente.”

O educador físico Pedro Ferreira explica que exercícios coletivos é uma excelente ferramenta para as pessoas saírem da zona de conforto e começarem a praticar atividades físicas e iniciarem um projeto de vida mais saudável. “Quem está começando gosta de se sentir parte de um grupo. Além disso, normalmente as pessoas sentem um pouco de vergonha no início, se acham fora de contexto. Coisas que a gente mesmo cria na nossa cabeça, mas quando estamos em um grupo conseguimos passar despercebido e se sentir mais confiante”, ressalta o profissional.

Ele informa que a Organização Mundial de Saúde (OMS) traz o conceito de saúde de forma ampla e complexa, englobando o bem-estar físico, mental e social. “Ou seja, não adianta estar com o corpo sarado e a mente não estar saudável. Estes dois fatores precisam estar alinhados para ter bons resultados. Aí você vai poder ser um agente social bem inserido no seu meio, seja ele qual for.”

Ainda segundo Pedro Ferreira, não tem como traçar um perfil das pessoas que optam por atividades em grupo. “Em academias percebo que o público feminino está mais aberto, principalmente em atividades que exigem um ritmo maior, como danças, aulas de ginástica. Já em atividades ao ar livre, como grupos de corridas e ciclismo, vejo muita heterogeneidade.”