Recife tem terceira cesta básica mais cara do País

Na capital pernambucana, a variação da cesta básica acumulou alta durante o último ano de 15,63%

Cesta básica - Alfeu Tavares/Folha de Pernambuco

Durante o ano de 2019, o valor da cesta básica aumentou em 16 das 17 capitais que o Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese) realiza a pesquisa mensal. No Recife, a variação da cesta acumulou alta durante o último ano de 15,63% - terceira maior alta registrada entre as capitais.

Na capital pernambucana, no mês de dezembro, dos doze itens que compõem a lista, sete tiveram aumento. As alta mais expressivas foram observadas em três itens: tomate (28,73%); carne (20,13%) e banana (16,55%).

Para o mês de dezembro do último ano, a alta foi de 11,04%, que representa um aumento de R$ 39,16 no bolso dos consumidores. Na comparação entre dezembro de 2018 para o mesmo mês de 2019, o valor total da cesta no Recife subiu de R$ 340,57 para R$ 393,80, respectivamente, o que representa um peso de 42,89% do salário mínimo.

Quando observado a variação anual dos itens que compõem a cesta básica, a alta é ainda maior. A banana, por exemplo, subiu 42,50% no ano. O feijão, item que não pode faltar na mesa dos pernambucanos, subiu 25,81% durante o ano passado. “A alta no preço do feijão aconteceu por conta do intervalo entre safras e a redução da área plantada que jogou o preço para cima”, explica a supervisora técnica do Dieese em Pernambuco, Jackeline Natal. A carne, que foi tanto falada, teve uma variação de 25,46% naquele ano.

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A alta no preço da carne se deu em virtude das exportações do produto à China. Somando a isto, entressafra e maior custo de reposição dos bezerros, acarretou a elevação expressiva de preços. Já o tomate (que subiu 18,09% em 2019), de acordo com o Dieese, ficou mais caro com o encerramento da safra de verão e a maturação antecipada do fruto, devido ao calor, fizeram com que a oferta em dezembro fosse menor, elevando os preços no varejo. "Outro produto que sentiu com as mudanças climáticas foi a banana, que mesmo durante período de safra, que vai de setembro a fevereiro, sofreu por conta da retração nas regiões produtoras. Por isso, o item ficou mais caro", explica Jackeline. Ainda de acordo com ela, grande parte dos produtos têm alta no preço no período de fim de ano, em razão das festividades que elevam o consumo de produtos.

Salário mínimo
Para o Dieese, em dezembro de 2019, o salário mínimo necessário para a manutenção de uma família de quatro pessoas deveria equivaler a R$ 4.342,57 ou 4,35 vezes o mínimo de R$ 998,00 (salário mínimo em 2019). Além disso, Jackeline ainda lembra que a cesta subiu mais que o reajuste do salário mínimo vigente, R$ 1.039.