A gastronomia em 2020
Padrão é algo difícil de estabelecer, mas consumidor está mais exigente
O que mais tenho visto em compartilhamentos nas redes sociais são questionamentos, mesmo que em forma de memes, sobre quais serão as modinhas gastronômicas de 2020.
Terminando o ano de 2019 sob o ‘reino da burrata’, pessoalmente acho que comida boa a preço médio, aquela que a gente paga sem fazer um grande esforço, se mantém em alta por questões óbvias: a crise econômica no País está longe de acabar, do ponto de vista dos seus efeitos colaterais - a gente pensa muito mais sobre como vamos investir nosso curto e suado dinheirinho.
Acho que os estabelecimentos de comida vão ser mais cobrados pelos consumidores pela manutenção de padrão de atendimento e comida. Em 2019, vi muitos desalinhos nesse sentido: o prato servido de uma forma num dia, no outro bem diferente. Anote aí: um dos motivos comprováveis da longevidade de restaurantes é padronização. Tem coisa melhor do que comer algo e 10 anos depois ser do mesmo jeito?
Com o fortalecimento das redes como ‘tribuna do povo’, a insatisfação do público ganhou capilaridade e vi muitas reclamações sobre esse quesito - quando não, meus próprios seguidores no @quintopecado me mandavam depoimentos de experiências ruins.
Portanto, acertar no básico - sem se pautar no argumento de que serviço é algo praticamente impossível de fazer 100% nas condições que se têm no Brasil.
Lembro de um caso recente que aconteceu comigo. O porta-talher sobreposto ao lado do prato de um restaurante conhecido estava sujo com pingos ressecados de molho. Evitei fazer barraco, mas era caso para isso, e a primeira coisa que veio na cabeça foi: se a mesa é desleixada assim, imagina a cozinha! Nenhum atendente se tocou da sujeira e o jantar seguiu. Como derrapar em algo básico como higiene? Não me pergunte como, só sei que esse deslize me fez decidir não dar mais chances à casa. Isso é serviço. Do ruim.
Estratosférico
O dono da rede de restaurantes Sushi Zanmai, Kiyoshi Kimura, no Japão, foi o destaque do leilão de Ano Novo do principal mercado de peixe de Tóquio. Ele arrematou nada menos que US$ 1,8 milhão por um atum vermelho de 276kg capturado na costa de Aomori.
Picolé 1
Está dando o que falar o picolé de cerveja American Ipa da Ekäut e Frisabor. O lançamento custa R$ 7 e tem 3,25% de teor alcoólico. Não é vendido para menores de 18 anos.
Picolé 2
Quem gosta de doce com sabor de infância, a Degusta, em parceria com a Açaí Concept, lançou uma paleta mexicana de açaí com creme de Ninho - feito com Leite de Moça. A novidade está saindo a R$ 12.
Greenmix 1
Já está funcionando no RioMar a 3ª loja da rede Greenmix, que é uma versão ampliada do conceito de empório saudável com restaurante que caracteriza a marca. A nova filial, que recebeu R$ 5 milhões de investimento, tem 1.200m² e sete mil itens orgânicos, sem glúten, sem lactose, sem açúcar ou sem aditivos.
Greenmix 2
A gastronomia da rede, assinada por Mariana Dias, foi ampliada com oferta de pizzas feitas com fermentação natural, cardápio japonês adaptado ao conceito de saudabilidade, excluindo o açúcar na base do arroz do sushi e molhos. Uma adega de vinho e carta de drinques fecham a conta da ampliação da marca.
*É editora do caderno Sabores e escreve quinzenalmente neste espaço. Instagram: @quintopecado