Espaço Cultural Casarão Magiluth abre as portas para a arte
O grupo Magiluth abre sua nova sede, na rua da Glória, com a proposta de dialogar com outras expressões artísticas de Pernambuco e vivenciar o centro do Recife
Detalhes do Espaço Cultural Casarão Magiluth, na rua da Glória - Arthur Mota/Folha de Pernambuco
Recife está prestes a ganhar um novo espaço cultural, um local com quase mil metros quadrados situados bem pertinho do tradicional Mercado da Boa Vista. A ideia é fazer dele um polo multilinguagem, com apresentações de teatro, música, dança, exposições e outras formas de arte, além de cursos e várias intervenções e vivências. A proposta é ousada, ainda mais numa época em que poucos estão investindo em cultura em nosso País. Mas o sonho dos integrantes do grupo Magiluth parece ser maior que as dificuldades.
O Espaço Cultural Casarão Magiluth já nasce com história, e quer construir muitas mais. No casarão localizado no número 465 da rua da Glória, existiu, no passado, o antigo Espaço Cultural Inácia Raposo, inaugurado pela atriz Socorro Raposo, em 1993. Conhecida por ter participado da primeira montagem do Auto da Compadecida, em 1956, na qual interpretou por duas décadas o papel de Nossa Senhora, Socorro comandou seu espaço cultural por quase 20 anos e se tornou referência para a arte cênica recifense. Lá, várias companhias ensaiaram e lançaram suas primeiras peças. Por conta de um aneurisma, ela se encontra acamada há quase uma década, e seu projeto foi abandonado.
Em 2019, em meio às comemorações de seus 15 anos de existência, o grupo Magiluth participou da minissérie "Chão de Estrelas", do diretor Hilton Lacerda - que conta a história de um grupo de artistas que transforma um casarão abandonado em um centro cultural e foi gravada no espaço. "Foi uma espécie de clique", brinca Mário Sérgio Cabral, um dos seis integrantes do Magiluth.
Apesar de três membros do grupo terem trabalhado no com Socorro, em momentos distintos, e do Magiluth já estar amadurecendo a ideia de ter uma sede maior e com atuação mais ampla, eles jamais tinham visto o casarão como uma possibilidade. Na sequência, produtores culturais como Rafael Moura e Amanda Dias se somaram ao projeto.
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Apesar de três membros do grupo terem trabalhado no com Socorro, em momentos distintos, e do Magiluth já estar amadurecendo a ideia de ter uma sede maior e com atuação mais ampla, eles jamais tinham visto o casarão como uma possibilidade. Na sequência, produtores culturais como Rafael Moura e Amanda Dias se somaram ao projeto.
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Os planos já estão traçados: as salas da frente vão abrigar a "sede administrativa" do grupo teatral (com sala de reuniões e biblioteca, entre outros); o imenso salão dos fundos será transformado em teatro, recebendo o nome de Sala Socorro Raposo; e o salão menor, também nos fundos da casa, será a sala multiuso Henrique Celibi, que deverá receber ensaios, exposições e espetáculos mais intimistas. No quintal agradabilíssimo, onde se espalham pés de manga, caju e carambola, a ideia é fazer muitos shows ao longo do mês de janeiro. As atividades começam no próximo dia 15 e se encerram na semana pré-carnavalesca, reabrindo em março.
O grupo precisa com urgência de ajuda do poder público, de empresas privadas e, individualmente, de todos os que puderem colaborar em maior ou menor grau. Isso porque, apesar de terem gastado quase R$ 30 mil do fundo de caixa do Magiluth (que foram aplicados nos aspectos mais emergenciais, visando à segurança), a casa ainda precisa de muitos reparos, mais notadamente do ponto de vista estético.
"Queremos que isso seja um processo, que as pessoas acreditem na proposta e façam a coisa acontecer conosco. Mesmo que tivéssemos condições de oferecer um local totalmente pronto, isso não daria a sensação de pertencimento que desejamos que todos venham a desenvolver com o espaço. Por isso, a maior ajuda que o público pode nos oferecer é nos ajudar a ocupar o casarão, que faz parte da memória afetiva do Recife", complementa Erivaldo Oliveira, outro membro do grupo. Para participar ou sugerir atividades, o email é casaraomagiluth@gmail.com
"Queremos que isso seja um processo, que as pessoas acreditem na proposta e façam a coisa acontecer conosco. Mesmo que tivéssemos condições de oferecer um local totalmente pronto, isso não daria a sensação de pertencimento que desejamos que todos venham a desenvolver com o espaço. Por isso, a maior ajuda que o público pode nos oferecer é nos ajudar a ocupar o casarão, que faz parte da memória afetiva do Recife", complementa Erivaldo Oliveira, outro membro do grupo. Para participar ou sugerir atividades, o email é casaraomagiluth@gmail.com
A abertura, na próxima quarta-feira (15), será com um show de PC Silva e Martins, às 20h. De 16 a 19, haverá o espetáculo "Aquilo que o meu olhar guardou pra você" (realizado às 20h, exceto no domingo, quando acontece às 18h). No dia 18, às 14h, vai haver uma oficina de maquiagem para carnaval com Cris Malta. No dia 22, às 20h, Aninha Martins e Jonatas Onofre se apresentam às 20h. O espetáculo teatral "O canto de Gregório" se apresenta nos dias 23 e 24, às 20h, e "Luiz Lua Gonzaga" acontece nos dias 25 e 26, às 18h. No dia 29, às 20h, haverá o lançamento do frevo "Quer mais o quê?", da Banda de Pau e Corda com Marcello Rangel.
A programação de fevereiro ainda não está totalmente fechada, mas pode ter entre suas atrações o cantor Lula Queiroga. Os ingressos custam R$ 30 (inteira) e R$ 15 (meia entrada), à venda pelo Sympla, exceto para a oficina (R$ 100, com material para a prática incluído). Moradores da rua da Glória com comprovante de residência em mãos têm desconto.
A programação de fevereiro ainda não está totalmente fechada, mas pode ter entre suas atrações o cantor Lula Queiroga. Os ingressos custam R$ 30 (inteira) e R$ 15 (meia entrada), à venda pelo Sympla, exceto para a oficina (R$ 100, com material para a prática incluído). Moradores da rua da Glória com comprovante de residência em mãos têm desconto.