Taxistas e motoristas de aplicativo sentem o impacto de pandemia

Diante das medidas restritivas adotas pelo Governo do Estado, caiu procura pelo serviço de transporte

Taxis no Recife Antigo - Alfeu Tavares/Folha de Pernambuco

Motoristas de carro particular também estão sofrendo com a redução de pessoas nas ruas. Michael Ramos, 46, trabalha como taxista há 12 anos no Recife. Desde a determinação que alcançou as universidades e escolas, ele passou a notar uma diminuição no número de passageiros. “Na última quarta-feira (18), eu consegui ter um rendimento de R$ 30 apenas, no período das 6h30 até as 22h. Para sustentar a renda de casa tem que ter um extra, o táxi mal dá pra pagar o carro, comprar pneu e fazer manutenção”, contou.

Por conta da pandemia, Severino Pinto, 68, que trabalha como taxista há 40 anos, está se programando para um período em que não vai mais conseguir pegar passageiros. "A gente sai porque a gente não pode ficar em casa, tem que trabalhar. Mas, talvez tenha um momento em que feche tudo de vez, banco e tudo, daí tem que ficar em casa mesmo", comentou.

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A experiência vivenciada pelos taxistas se mantém com os motoristas de aplicativo, que pegam cada vez menos passageiros e sofrem para completar a renda do mês. Leonardo Ebrahim, 43, tem o transporte por aplicativo como única forma de renda. Para ele, é necessário passar cada vez mais tempo na rua. "Com a queda de corridas, claro que estou passando mais tempo na rua, por conta de precisar bater a meta diária", confessou.

De acordo com Leonardo, a maioria dos grupos de motorista de aplicativo estão servindo de válvula de escape. "As corridas caíram drasticamente. Tem gente que está entregando carro, que trabalha com carro alugado. Ou, quem ficou com o carro, roda mais de 15h por dia para conseguir bater meta. Todo mundo está reclamando, desestimulado, usando o grupo de whatsapp como válvula de escape por essa questão do coronavírus", relatou.

Paulo Fonseca, 55, trabalha como motorista de aplicativo, mas decidiu entrar em quarentena por conta da pandemia. "Tenho um apartamento alugado, que é o que vai me ajudar a segurar as contas, mas me prejudicou muito essa quarentena", afirmou. Além da preocupação com a doença, ele está preocupado com o tempo com que vai ficar em isolamento e como será a volta. "Eu estou preocupado sobre como vai ser a volta também, quando acabar a quarentena ninguém sabe como vai ser o início de tudo", ressaltou.

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