Complexo Anhembi terá 300 leitos para pacientes de Covid-19 até o dia 6 de abril

A prefeitura tem projeto de instalar no local até 1.800 leitos, caso seja necessário

Complexo Complexo Anhembi terá leitos para pacientes de Covid-19 - Divulgação/Prefeitura de São Paulo

Até o próximo dia 6 de abril, o Complexo Anhembi, em São Paulo, será transformado em um hospital de campanha com 300 leitos destinados a pacientes com Covid-19 de média e alta complexidade.

A prefeitura tem projeto de instalar no local até 1.800 leitos, caso seja necessário -a administração municipal divulgou que criaria 2.000 vagas em unidades do gênero, 200 das quais no estádio do Pacaembu, cuja entrega também está prevista para o início do mês que vem.

As primeiras três centenas de leitos serão administradas pela SPDM (Associação Paulista para o Desenvolvimento da Medicina), que já é responsável pela gestão de hospitais no estado.

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Segundo Nacime Salomão Mansur, que dirige a entidade, a ideia é que sejam encaminhados para o Anhembi pacientes com confirmação ou suspeita de Covid-19 que já tenham outras doenças associadas, como hipertensão e diabetes.

São pacientes estáveis do ponto de vista hemodinâmico, mas que precisam ser monitorados de perto. "O risco de mandar para casa é grande por causa dessas comorbidades. É o indivíduo que tem que ficar sob vigilância médica."

No mesmo local, haverá de 16 a 30 leitos preparados para o doente mais grave, com respiradores, monitores e bombas de infusão, por exemplo."O paciente pode piorar de repente e entrar em insuficiência respiratória. Tem que ter uma estrutura mínima de contenção desse agravamento até que ele consiga ser transferido para uma UTI."

Foi fechado um acordo com um hotel próximo ao complexo, da rede Holliday Inn, para servir, num primeiro momento, de retaguarda para profissionais de saúde. Serão 290 quartos. Mas há também a possibilidade de que a oferta de leitos se amplie e seja destinada também para pacientes estáveis.

A prefeitura vai cuidar da montagem da infraestrutura, como leitos, cama, água, energia elétrica, geradores, segurança entre outros. A SPDM vai cuidar da área assistencial.

A proposta é que para cada 20 leitos haja um médico e uma enfermeira. "Estamos numa operação para contratar pessoas. Para contratar novos profissionais e suprir aqueles que estão se afastando por suspeita de Covid-19", afirma.

Só num hospital gerido pela entidade em Mogi, estão afastados 35 funcionários administrativos, 15 da enfermagem e 10 médicos. A SPDM administra mais de 15 hospitais no estado. "Como não tem o teste, eles ficam gripados e podem ficar afastados por 15 dias, Se eu tivesse o teste, diminuiria muito o tempo de afastamento."

Mansur diz não ter ideia de quando haverá testes disponíveis. Ao todo, a SPDM pretende contratar 3.000 funcionários da saúde, sendo 600 médicos. Não só para o hospital de campanha do Anhembi mas também para as outras unidades que administra e que vão ganhar mais leitos durante a pandemia. Só de UTI serão cerca de 450 leitos a mais.

Mas Mansur sabe que não será tarefa fácil. Os profissionais estão disputados no mercado e muitos não têm interesse de ir para linha de frente neste momento. "Estamos criando um programa de ajuda psicológica para os nossos colaboradores. As pessoas estão todas apavoradas."

Outro gargalo, segundo ele, são os suprimentos, como máscaras cirúrgicas. Além da escassez de EPIs (equipamentos de proteção individual), os preços dispararam. "É uma tempestade perfeita. Você tem o pânico, com a falta de EPIs, você pode perde mais funcionários [que ficam de licença médica]. Perdendo funcionários, complica a assistência."

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