Coronavírus: saiba como foi a movimentação nas ruas do Recife nesta sexta-feira

O Recife se dividia em duas cidades: uma parte muito movimentada, geralmente nas periferias, e outra esvaziada, nos bairros mais centrais.

Pessoas mais velhas circulando nas ruas - Rafael Furtado/Folha de Pernambuco

Nesta sexta-feira (3), o Recife se dividia em duas cidades: uma parte muito movimentada, geralmente nas periferias, e outra esvaziada, nos bairros mais centrais. Com as restrições do Governo Estadual para conter a disseminação do novo coronavírus, apenas o comércio e os serviços essenciais continuam sendo realizados. Embora haja a recomendação, algumas pessoas ignoram o alerta mundial sobre a contaminação do vírus e fecham os olhos para a atenção à saúde requerida neste momento.

Pelo início da manhã, a reportagem da Folha de Pernambuco visitou as proximidades do Mercado da Encruzilhada, na Zona Norte do Recife. Lá, pessoas continuam com sua rotina corriqueira, de antes da pandemia. Melquisedeque Souza, 78, é um dos aposentados que bate ponto na Praça da Encruzilhada, com frequência, para jogar dominó. “As pessoas precisam seguir com suas vidas, como a gente vai se sustentar sem trabalhar? Sem estar na rua? Se tiver de acontecer de pegar a doença pega”, contou o aposentado.

Para Thiago Brito, 30, o aumento do número de pessoas nas ruas foi expressivo após as declarações do presidente Jair Bolsonaro. “O movimento e percebi que aumentou muito depois que teve o discurso do presidente. Já cheguei até a denunciar para a Prefeitura do Recife o movimento do bairro e a Prefeitura disse que ligasse para o 190”, relatou.

Durante à tarde, a reportagem foi até a um hipermercado no bairro da Torre, Zona Oeste, para acompanhar a movimentação. No início, parecia tranquilo, com poucas nas filas e todos caixas funcionando normalmente. Antes de entrar, há funcionários para medir a temperatura dos clientes e, depois, uma outra aplica álcool em gel nas mãos. No fim da visita, houve uma maior aglomeração de pessoas, que esperavam na fila para adentrar o local, mas sem desrespeitar o limite recomendado pelo próprio estabelecimento.

Nas ruas do bairro e no caminho de retorno pela Zona Norte do Recife, o cenário era o mesmo. Estabelecimentos fechados, supermercados vazios para o dia e horário, trânsito livre e poucos transeuntes nas calçadas. Em outro supermercado, desta vez no Centro, a movimentação era abaixo do anterior, mas não havia medidas de proteção nem na entrada nem na organização de filas. Nas ruas do entorno, a mesma situação dos bairros da Zona Norte.

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