Morre o cenógrafo Ary Nóbrega
Responsável por trabalhos icônicos no Galo da Madrugada, o artista plástico faleceu nesta terça-feira (7), em decorrência de um Acidente Vascular Cerebral
Responsável por icônicas alegorias do bloco Galo da Madrugada, o artista plástico e cenógrafo Ary Nóbrega faleceu nesta terça-feira (7), aos 87 anos. Natural da Paraíba, o artista sofreu um Acidente Vascular Cerebral (AVC) enquanto realizava uma sessão de hemodiálise, em uma unidade hospitalar da Hapvida no Recife, e não resistiu aos sintomas. Durante as últimas três décadas, Ary estava à frente da idealização e confecção dos carros alegóricos do bloco carnavalesco, que ocupa o posto de maior do mundo, segundo o "Guinness Book".
O artista plástico contribui com a cultura popular pernambucana há décadas. Com a morte, ele deixa seis filhos, oito netos, dois bisnetos. “Hoje tem Carnaval no céu. Ele partiu para organizar o bloco com Enéas”, declarou Sandro Nóbrega, um dos seus filhos.
O diretor do bloco, Rômulo Menezes, ressaltou a importância do cenógrafo para a história do Galo, que já dura 42 anos. “Ary Nóbrega foi uma grande figura. Um artista e ser humano inigualável. Era capaz de transformar qualquer ideia em uma alegoria. Era extremamente simples e infinitamente competente. Conviveu com o Galo desde a década de 1980. Participou de desfiles importantes sempre com grande destaque e qualidade impressionante. É um pessoa que fará muita falta. Muito obrigado, Ary, por tudo que você fez para o Galo”, disse o diretor.
Os carros de Ary fizeram parte da estrutura do bloco, que percorre as ruas centrais do Recife, do início ao fim dos desfiles. Uma de suas marcas era a identidade do povo pernambucano em suas obras. Os últimos anos ficaram marcados pelas alegorias em homenagem: o carro do aniversário do Galo, do Frevo Alto do Reino de Ariano Suassuna, do Landau de Chico Science, de Lia de Itamaracá e a J. Borges, que foi feito neste ano. As informações de sepultamento ainda não haviam sido divulgadas pela família do artista.