Como o setor de gastronomia está se virando?

Saiba o que bares, restaurantes e cafeterias criaram para não zerar as vendas durante a quarentena

O chef Heleno Jr. adaptou seus brigadeiros para vender na Páscoa - Divulgação

Desde que o comércio de praia foi suspenso no litoral pernambucano, Talita Santos, 22, não pôde mais vender os drinques que costuma fazer na Barraca de Pingo, em Boa Viagem. Ela, sua família e os funcionários tiveram que pensar rápido para não amargar tanto prejuízo no período de quarentena. A primeira ação foi anunciar uma vaquinha online pelo Instagram chamando os clientes para doarem qualquer valor. Agora, a intenção é usar o dinheiro que entrar para lançar o delivery dos caldinhos de feijão marisco e sururu, além, claro, das bebidas ‘turbinadas’ por Talita.

Assim como a Barraca de Pingo, outros estabelecimentos estão de olho no delivery e no chamado ‘pegue e leve’. Segundo pesquisa feita com 60 integrantes da Associação Brasileira de Bares e Restaurantes de Pernambuco (Abrasel-PE), 52% mantêm o delivery, o drive-thru e o take away - inclusive com índices de crescimento de venda. “A dica que nós damos é trabalhar um cardápio leve, que tenha um marketing digital agressivo, ofereça promoções e prime por qualidade, fazendo o prato chegar como se fosse oferecido no restaurante”, diz o presidente da entidade, André Araújo.

Depois de ver o faturamento chegar a zero por três dias de pontos fechados, a equipe da Docecleta resolveu focar na entrega de brownie congelado, do jeito que é encontrado em muitas casas no Recife. Resultado: a venda ficou em 17%, comparado ao funcionamento normal e com estimativa de chegar a 30% na Páscoa. “A gente viu que era uma oportunidade oferecer a sobremesa congelada. Para ter ideia, começamos só com um dia de entrega e agora são dois”, diz ele, que atende via iFood e WhatsApp.

Quem também saiu do zero depois de adaptar a produção foi a equipe do Pina Cocktails. Eles criaram uma carta em que os drinques custam R$ 20 e são engarrafados a mão para atender os clientes das Zonas Sul e Norte, no pedido minimo de três bebidas. O tradicional negroni, por exemplo, dura 15 dias engarrafado e é só colocar gelo em casa.



Mais alternativas
A Vida é Bela Café e a Confeitaria de Origem apostaram em uma solução parecida. Ambas estão divulgando nas redes sociais um cartão que permite comprar agora e consumir depois quando tudo isso passar. Além, claro, de realizar as adaptações culinárias. De olho na Páscoa, o chef da Confeitaria, Heleno Jr. lançou brigadeiros nos sabores de queijo do reino, de café com amêndoas e de caramelo com amendoim, que são fáceis de transportar em copinhos americanos.

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Já a equipe da Babylon Station correu para lançar uma plataforma online que organiza um esquema próprio de delivery. “A gente sabia que não poderia ser mais um. Por isso, também lançamos a ideia de o cliente comprar um hambúrguer e a gente doar outro. Semana passada foram mais de 200 entregues para pessoas em situação de vulnerabilidade no Recife”. No cardápio, saem todos os sanduíches, pratos congelados e chope - de olho no público que se programa para as lives do fim de semana.

E quem acha não haver chance para as operações de shopping, o RioMar Online, plataforma de vendas do mall, aponta o contrário. O sistema oferece um circuito gastronômico que permite escolher pratos e optar por descontos que chegam a 30%. Tem frete grátis e inclui operações como Douro In, Podre Juan, Campo da Serra, Eki, Kisu, Camarada Camarão e Armazém Guimarães.

Serviços:

Barraca de Pingo: @barracadepingo (vaquinha online)
Babylon Station: babylonstation.com.br (plataforma própria)
RioMar Online: compras.vivariomarrecife.com.br/produto-tag/promoções
Pina Cocktails: @pinacocktails
A Vida É Bela Café: @avidaebela.cafe
Confeitaria de Origem: @confeitariadeorigem
Docecleta: @docecleta


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