Música

O fim dos Beatles: há 50 anos, Paul McCartney anunciava a saída do grupo

Há exatos 50 anos, a indústria da música perdia um dos seus principais produtos internacionais, com o anúncio do músico britânico Paul McCartney

O fim do grupo representou muito para o mercado musical da época, mas o seu legado segue impactando gerações - Foto: Divulgação

,O dia 10 de abril de 1970 mudou os rumos da indústria da música. Após 10 anos de atividades, o músico e cantor britânico Paul McCartney anunciava sua saída dos Beatles e o lançamento do seu primeiro trabalho solo, “McCartney”, em um comunicado enviado à imprensa da época. O grupo estava passando por divergências artísticas e empresariais desde o penúltimo álbum em estúdio, em 1969, mas o ato é considerado o fim oficial da banda por causa da externalização de Paul. Embora a separação fosse definitiva, o legado dos Beatles permanece cinquenta anos depois: continuam ganhando fãs das novas gerações, influenciam novos músicos e ainda mantêm recordes de vendas quase inquebráveis. 

Biógrafo Sergio Farias - Crédito: Sabrina da Paz/Divulgação

 

O anúncio da separação é considerado, por muitos, uma via oportunista de McCartney para divulgar seu material, que viria a ser seu primeiro disco gravado sozinho. Para comunicar a chegada do novo trabalho, o artista preparou um texto com perguntas e respostas para os veículos de comunicação. “Nessas perguntas havia a mais curiosa: ‘Como ficam os Beatles nisso tudo?’. E Paul responde ‘Acho que a parceria Lennon e McCartney não vai funcionar mais’, no dia 10 de abril de 1970”, explica o biógrafo carioca Sérgio Farias, que pesquisa sobre Ringo Starr. “Na verdade, ele colocou aquilo ali, porque vinha amargando uma série de dificuldades no grupo, como por exemplo, o lançamento do próximo disco, que seria o ‘Let it Be”, afirma Farias.


 

Manchete após a saída de McCartney - Crédito: Reprodução/Facebook

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O pronunciamento do artista gerou descontentamento entre os outros integrantes, que decidiram, também, abandonar a formação. Isto porque cada membro seguiu caminhos paralelos ao projeto desde setembro do ano anterior ao anúncio, mas McCartney preferiu que não houvesse comunicado. “26 de setembro é tida como a última data em que os Beatles estiveram sob o mesmo teto. Nesse dia, eles iriam assinar um contrato com a Capitol Records. Ela era responsável pela divulgação deles nos Estados Unidos, maior mercado fonográfico na época. Esse contrato, que era um dos melhores para a realidade dos músicos da época, foi através de uma ponte que o Paul não gostava”, aponta Sérgio Farias.

 

Apesar do imbróglio da época e do término da banda, o legado permaneceu e atingiu as gerações mais novas, as quais não puderam acompanhar o grupo na época. Como é o caso da publicitária Isabella Barbosa, de 26 anos. “Toda história de uma banda ter mudado o cenário da música mundial em 10 anos me encantou muito. Passei pela etapa de identificação com a primeira fase, dos hits do começo dos anos 60, e fui descobrindo a magnitude do talento deles quando me apaixonei pela 2ª fase criativa da banda. No auge da carreira, eles fugiram do que era comercial e resolveram experimentar, gravar e colocar para rodar. E, mesmo assim, ser um sucesso fazendo tudo diferente”, conta Isabella.

Homenagem

Como homenagem ao dia, a Orquestra de Ouro Preto lançará o single “Imagine”, do cantor John Lennon. Gravada em 2015, a música precisava de liberação por causa dos direitos autorais. O material vai ser lançado durante uma live (transmissão ao vivo nas redes sociais), hoje, às 16h, no perfil @orquestraouropreto. Na apresentação, o grupo mineiro mostrará releituras de músicas dos Beatles que integram um dos projetos da Orquestra Ouro Preto, o DVD gravado ao vivo em Belo Horizonte, em 2014, em tributo à banda inglesa.