Pernambuco registra queda na poluição atmosférica durante pandemia
Concentração do poluente atmosférico NO2 reduziu no complexo de Suape e são esperadas quedas nas emissões de CO2 e outros gases de efeito estufa pela menor circulação de veículos
As emissões de gases poluentes apresentaram uma queda no período de combate a Covid-19, doença provocada pelo novo coronavírus. Até esta quarta-feira, estudos realizados em conjunto pela Secretaria Estadual de Meio Ambiente e Sustentabilidade (Semas) e pela Agência CPRH registram uma queda de 15% nos níveis de Dióxido de Nitrogênio (NO2) no Complexo Industrial Portuário de Suape e apontam uma diminuição significativa das emissões de compostos originários da queima de combustível fóssil.
Apesar da redução, os técnicos dos órgãos alertam que ainda é cedo para se falar que a diminuição dos níveis de NO2 irá impactar nas emissões anuais de Gases do Efeito Estufa (GEE) em Pernambuco. A queda do dióxido de nitrogênio foi captada através das estações de monitoramento do ar instaladas em diferentes pontos do complexo portuário. O composto é um dos principais poluentes atmosféricos gerados a partir da atividade industrial.
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Os estudos observaram ainda uma possível diminuição expressiva na dispersão de CO2 e outros GEE no setor de transporte, acompanhando tendência semelhante ocorrida em outros países. A constatação se deu por conta da redução de cerca de 25% das viagens do sistema rodoviário na Região Metropolitana do Recife (RMR), conforme dados da Secretaria de Desenvolvimento Urbano e Habitação (Seduh).
Segundo o secretário de Meio Ambiente e Sustentabilidade, José Bertotti, os números de redução de emissão de Gases de Efeito Estufa irão apresentar resultados, momentâneos, mas com um impacto menor. “As principais fontes de emissão do Estado são o volume de resíduos sólidos coletados e enviados aos aterros sanitários, seguido pela fermentação entérica dos animais criados na pecuária. Apesar de se esperar redução de emissões por conta da diminuição da atividade econômica, o cenário precisa ser analisado com profundidade. Sabemos que após crises financeiras, há uma tendência de subida rápida nas emissões, por isso, continuamos a direcionar nossos esforços na construção do desenvolvimento sustentável”, disse Bertotti.
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