Conheça os efeitos do excesso de bebida alcoólica no corpo

Nutricionistas sugerem bom senso e consumo moderado em tempos de isolamento

Cuidado com o excesso - Leo Motta/Arquivo FolhaPE

Ficar isolado em casa não é fácil. Tanto que, para compensar o cansaço e a ansiedade, muitas pessoas descontam a ansiedade na compulsão por comida e bebida. Esse último ponto, aliás, tem sido tão frequente, que até chamou atenção da Organização Mundial de Saúde (OMS) em relação aos cuidados para os excessos nesse período. O uso desenfreado pode, além de atingir diretamente a imunidade, prejudicar a saúde física e emocional do indivíduo, no momento em que ele menos tem acesso à ajuda médica.

Em um primeiro momento, esse tipo de consumo até foi associado ao boato de o álcool poder eliminar a presença da Covid-19 no organismo, assim como acontece na lavagem das mãos. Ledo engano. A OMS se apressou em alertar oficialmente que “medo e desinformação geraram um mito perigoso de que bebidas com alto teor alcoólico podem matar o coronavírus. Não matam”, diz o comunicado. Feito esse esclarecimento, a atenção agora é para a frequência dessa ingestão e seus efeitos a curto e médio prazo no corpo.

Segundo a nutricionista Carolina Neto, a concentração no sangue vai depender de fatores como a quantidade e variação do percentual alcoólico das bebida ingerida, do tempo de consumo, do peso corporal, da idade, da genética e do ritmo do metabolismo do fígado. Além disso, leva-se em conta o volume de gordura no corpo. Não à toa, os resultados, como a famosa ressaca, são diferentes para jovens e pessoas de mais idade. “Se houver o aumento das doses, começam a surgir efeitos depressores e danos aos órgãos, como o cérebro que afeta o Sistema Nervoso Central, podendo causar perda do reflexo, sonolência e até o coma. Isso, sem falar em danos também em outros órgãos mais vulneráveis como o coração, o fígado, o estômago e os rins”, completa a especialista.

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Logo quando ingerido, o álcool é absorvido pelo estômago e percorre a corrente sanguínea rapidamente, em torno de 30 minutos. É nesse momento em que ele alcança diferentes partes do corpo, liberando, de início, um neurotransmissor ligado à sensação de prazer e bem-estar. E é por conta desse efeito de alegria e conforto, que muitos acabam avançando na quantidade e provocando efeitos mais nocivos. Por alcançar órgãos tão essenciais ao bom funcionamento do organismo é que se aponta a fragilização do sistema imunológico, sem falar no estímulo a comportamentos de risco nesta época, como valentia.


Moderação
Mas calma, não quer dizer que está tudo proibido. Segundo a nutricionista Mariana Alencar, o álcool não precisa ser totalmente cortado. “Mas seu consumo deve ser moderado e nunca de estômago vazio. Além disso, a água também deve ser uma grande aliada, já que ocorre a desidratação”, explica. Ainda segundo a especialista, quando se fala em excesso, não há uma bebida mais ofensiva do que a outra. “O que vai importar será o volume e a frequência”, diz ela, sugerindo a média de duas taças de vinho ou duas long necks, entre duas e três vezes na semana, tendo em vista uma pessoa entre 30 e 40 anos.