Diretor de 'Sergio' fala sobre lançamento do filme na pandemia

O cineasta norte-americano Greg Baker dirigiu a cinebiografia do diplomata brasileiro Sergio Vieira de Mello, que estreou na Netflix

O diretor Greg Barker ao lado de Wagner Moura, em gravação do filme 'Sergio' - greg barker, wagner moura, sergio,

Greg Baker já estava bem familiarizado com a história de Sergio Vieira de Mello quando recebeu de Wagner Moura o convite para dirigir um filme sobre ele para a Netflix. Em 2009, o cineasta norte-americano já havia encabeçado um documentário sobre a trajetória do diplomata brasileiro, morto em 2003, após um atentado à sede da ONU no Iraque.

Em entrevista à Folha de Pernambuco, o diretor revelou que sempre quis levar a trama de Sergio para uma obra de ficção. “Para ser sincero, sempre achei que a história de Sergio tinha o escopo e o drama inerentes aos melhores recursos narrativos, por isso queria contá-la como um filme desde que me deparei com os detalhes de sua vida e morte trágica em 2005, enquanto Samantha Power estava escrevendo sua biografia. Na época, eu era cineasta de documentários e, por isso, fiz o filme primeiro, mas sempre com a visão de que um dia retornaria à história como ficção”, disse..

“Sergio” traz Wagner Moura no papel do alto-comissário das Nações Unidas para os Direitos Humanos. A atriz cubana Ana de Armas interpreta Carolina Larriera, economista argentina e viúva do diplomata. Segundo Greg, a parceria com Wagner - que também é produtor do longa - foi fundamental para a obra.

Leia também:
Crítica: 'Sergio' enaltece figura de diplomata brasileiro
De 'Hulk' a 'Batman Begins'; veja o que chega em maio na Netflix


“Eu sempre esperei que um ator brasileiro interpretasse Sergio. Wagner ficou pessoalmente atraído por essa história, enquanto procurava um novo projeto depois de terminar ‘Narcos’. Nos encontramos e percebemos imediatamente que víamos o mundo de maneiras semelhantes e queríamos fazer o mesmo tipo de filme. Tornamo-nos amigos íntimos à medida que desenvolvemos o material e foi um prazer trabalhar com ele o tempo todo”, afirmou.

A pandemia do novo coronavírus acabou impedindo a exibição de “Sergio” em salas de cinema. Apesar da mudança de planos, Greg acredita o lançamento do filme ganha ainda mais importância neste momento de crise mundial.

“É claro que as pessoas em todo o mundo estão em casa vendo muitos filmes por streaming, então certamente temos o potencial de atingir um grande público global. Mas, mais fundamentalmente, para mim, a história de Sergio tem tudo a ver com o poder da esperança, da empatia e do amor, mesmo no meio da escuridão, e acho que as pessoas têm fome de histórias que as ajudem a entender o mundo nesses tempos difíceis. Lembre-se, Sergio provavelmente viu mais guerra e sofrimento humano do que qualquer pessoa de sua geração - e, no entanto, continuou otimista e acreditava apaixonadamente que uma ação internacional robusta poderia resolver problemas globais complexos. Hoje, precisamos desse tipo de espírito e liderança mais do que nunca”, defende.