Sertanejo atemporal de Almir Sater no Rio Mar

“Faz tanto tempo que não vou a Pernambuco, que não consigo nem lembrar a última vez que estive aí.

Nostradamus - Divulgação

Em atuação desde 1981, Almir Sater foi um dos responsáveis por popularizar a viola caipira ao interpretar violeiros em novelas como “Pantanal”, da Rede Record, e “O Rei do Gado”, da Rede Globo”. Prestes a fazer 60 anos de idade, Almir Sater celebra a carreira dando continuidade à turnê em que relembra as principais canções do seu repertório e apresenta a sua nova fase musical ao público. Na noite desta quinta (6), às 21h, o espetáculo que leva o seu próprio nome do músico chega ao Teatro RioMar para matar a saudade do público recifense.

“Faz tanto tempo que não vou a Pernambuco, que não consigo nem lembrar a última vez que estive aí. Por isso, além de tocar as mais conhecidas, como ‘Tocando em Frente’, ‘Chalana’ e ‘Moreninha Linda’, também vou atualizar o pessoal”, explicou ele, que em dezembro do ano passado, lançou o álbum de inéditas “AR” ao lado de Renato Teixeira, para cristalizar a longeva parceria com o amigo. O trabalho concorre ao Grammy Latino na categoria música de raízes brasileiras.

Gravado entre o Brasil e Nashville, a terra do country nos Estados Unidos, o disco foi produzido pelo norte-americano Eric Silver, mas Sater explica que a dupla tomou cuidado para não deixar a sonoridade estrangeira. “Eu não quis que parecesse com o country, porque não é a nossa praia. Todo país tem uma música caipira e ela se aproxima, na verdade, do folk. É uma expressão ligada ao folclore, é uma música simples que está ligada à cultura do país, mas não precisa ser simplista”, define o músico, sobre o caminho estético trilhado no novo disco.

Discípulo de Tião Carreiro, Almir Sater é ainda hoje um dos representantes mais fortes do que se convencionou chamar de sertanejo de raiz, conhecido pelas modas de viola, porém não menospreza as novas variantes que o segmento apresenta hoje em dia.

“Sempre tiveram várias influências no sertanejo, vários exageros, mas eu não sou de julgar. Hoje tem o universitário, eu ainda tô lá no primário. Mas se tiver arte, vou em frente. Não acredito que a viola volte a ser moda, porque ela nunca foi, portanto nunca saiu de moda também. É meio que uma bandeira brasileira, em que lugar tem seu sotaque, é cultura popular”, defendeu Sater a atemporalidade do instrumento de dez cordas que costuma tocar.