Bolsonaro recebe no Planalto militar responsável por repressão à Guerrilha do Araguaia na ditadura

Apesar de ter ocorrido no período da manhã, o compromisso não constou na agenda oficial do presidente durante toda a segunda e só foi incluído por volta das 21h20

Jair Bolsonaro, presidente - Divulgação/Palácio do Planalto

O presidente Jair Bolsonaro recebeu nesta segunda-feira (4) o tenente-coronel reformado do Exército Sebastião Curió Rodrigues de Moura, 85, um dos militares responsáveis pela repressão à Guerrilha do Araguaia nos anos 1970, durante a ditadura militar.

Apesar de ter ocorrido no período da manhã, o compromisso não constou na agenda oficial do presidente durante toda a segunda e só foi incluído por volta das 21h20.
O militar reformado é ex-oficial do CIE (Centro de Informações do Exército) e ex-agente do SNI (Serviço Nacional de Informações).

Participaram da agenda parentes de Curió e Leonardo Rodrigues de Jesus, primo dos filhos do presidente que trabalha no gabinete do senador Chico Rodrigues (DEM-RR).

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Segundo arquivos guardados pelo militar reformado e revelados em 2009 ao jornal O Estado de S. Paulo, as Forças Armadas executaram na Guerrilha do Araguaia 41 militantes que já estavam presos e amarrados. No total, 67 militantes foram mortos durante o conflito com militares no Araguaia.

Curió coordenou ainda, entre 1980 e 1981, o garimpo de Serra Pelada, no Pará. Foi deputado federal e prefeito de Curionópolis (PA), cidade que ajudou a fundar.

Fotos do encontro no Palácio do Planalto foram publicadas pelo senador Rodrigues, que classificou Curió como "homem de honra" e "defensor dos garimpeiros do Brasil".

Capitão reformado do Exército, o presidente Bolsonaro é um defensor da ditadura militar que vigorou no Brasil entre 1964 e 1985.

Em agosto do ano passado, Bolsonaro recebeu no Planalto Maria Joseíta Silva Brilhante Ustra, viúva do coronel Carlos Alberto Brilhante Ustra, um dos principais símbolos da repressão durante a ditadura.