Luciano Huck diz que Lei Áurea foi 'abolição apenas cartorial da escravidão'

Apresentador se opôs aos bolsonaristas e afirma que data não é marco da liberdade para negros e negras

Apresentador faz gestos que sinalizam provável candidatura ao Planalto - Jose Britto / Folha de Pernambuco

O apresentador e presidenciável Luciano Huck publicou mensagem em suas redes sociais em que critica a celebração do 13 de maio, dia em que a Lei Áurea completa 132 anos.

Sérgio Camargo, escolhido por Jair Bolsonaro como presidente da Fundação Palmares, tem utilizado o site da instituição para celebrar a data, exaltar a princesa Isabel e dirigir ataques à memória de Zumbi dos Palmares. Há anos os movimentos negros comemoram o dia 20 de novembro, data da morte de Zumbi e Dia da Consciência Negra.

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"No dia 13 de maio de 1888, a princesa Isabel assinou a chamada Lei Áurea. Uma abolição apenas cartorial da escravidão. Pois não significou liberdade pra negras e negros, que permaneceram sem acesso à cidadania plena com o ato imperial", escreveu Huck.

"A verdade é que o Estado brasileiro não tomou então medidas pra integração dos ex-escravos, expondo brasileiras e brasileiros à fome, miséria e exclusão social. Não é uma data, portanto, de celebração. É um dia de protesto por terem sido negras e negros largados à própria sorte depois de três séculos de escravidão. É também uma lembrança da nossa cruel herança escravocrata, que não pode jamais ser esquecida ou acobertada pelo mito da democracia racial", continuou o apresentador.

"Por amor ao Brasil, espero que algum dia a gente amanheça num 13 de maio e olhe em volta enxergando uma sociedade mais justa e igualitária social e racialmente. Por enquanto, nada há pra agradecer nesta data", concluiu.