Surto de COVID-19 é detectado no presídio mais superlotado da Bolívia

Também foi reportada a morte de um segundo preso, depois da morte de um primeiro detento na semana passada

Quarentena na Bolívia - Aizar Raldes / AFP

Um surto do novo coronavírus foi detectado neste sábado (16) no presídio de Palmasola, o mais superlotado e violento da Bolívia, onde foram registrados 25 novos contágios e um segundo óbito, o que obrigou a adoção de medidas urgentes de isolamento.

"Um total de 25 pessoas privadas da liberdade testaram positivo para COVID-19. Ao ter um surto epidemiológico dentro do presídio de Palmasola, vamos estabelecer dois centros de isolamento: um para suspeitos e outro para pessoas que testaram positivo", disse à imprensa Vladimir Peña, secretário do Governo de Santa Cruz (leste).

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Também foi reportada a morte de um segundo preso, depois da morte de um primeiro detento na semana passada.

Peña informou que as brigadas médicas atenderam neste sábado 172 presos o centro penitenciário e 16 foram internados.

As autoridades penitenciárias dispuseram, ainda, de um consultório móvel dentro do presídio, assim como turnos permanentes de pessoal médico para enfrentar a pandemia.

Uma centena de leitos foram colocados na área esportiva do presídio para abrigar os contagiados e suspeitos.

Com capacidade para 1.700 detentos, o presídio de Palmasola abriga 7.000, a maioria sem sentença.

Membros de organizações criminosas brasileiras, como o Primeiro Comando da Capital (PCC) cumprem pena em Palmasola e costumam protagonizar atos violentos.

Santa Cruz é o epicentro da pandemia na Bolívia, com 64% dos 3.577 casos registrados no país. O último boletim dá conta de 164 mortes, a maioria na região leste do país.

"As prisões são uma bomba-relógio", afirmou o vice-ministro de Segurança Cidadã, Wilson Santamaría, após indicar que se aceleram as gestões para descongestionar as prisões.

Um indulto foi aprovado em abril para presos maiores de 58 anos, considerados a população prisional mais vulnerável à COVID-19.

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